Links do mês #077 e o mundo que é de todo mundoDevaneio sobre um mundo onde pessoas moram na rua e novas mudanças para essa news.Não sei como está a situação na cidade de vocês, mas aqui em Porto Alegre houve um aumento sinistro no número de pessoas morando na rua nos últimos anos. Não que em algum dia esse número tenha sido baixo ou aceitável, mas é fato que tem muuuito mais gente vivendo nessas condições hoje. Mesmo que esse cenário seja causado em boa parte por causa de um evento aleatório como uma pandemia, tenho para mim pessoas morarem na rua é a prova de que nossa sociedade não funciona. E olha que isso não é privilégio de países como o Brasil. Caminhe pela charmosa Europa e isso acontece lá também. Nos EUA, mais ainda. Em um planeta tão abundante de espaço, como aceitamos que pessoas não tenham onde morar? Uma pessoa que nasce no planeta Terra, nasce geralmente dentro de uma família e de uma cidade e país. Porém, ela não escolhe nenhuma dessas coisas. Ela não escolhe a história que essa família traz, tampouco a língua que ela vai falar, a cultura que estará inserida e o contexto do país onde nasceu. Embora o sistema capitalista permita que uma pessoa que nasceu pobre possa alcançar grandes feitos na vida, é óbvio que uma pessoa nascida em uma família abastada na Dinamarca possui milhares de possibilidades a mais que uma pessoa nascida em uma família pobre no Paraguai. A pessoa nascida na Dinamarca terá maiores condições de fazer uma boa escola, ir para uma boa faculdade, estar em contato com pessoas que ajudam ela a crescer. Vai ter acesso a livros, filmes, viagens. Não precisará se preocupar em pagar seu aluguel pois nasceu em uma casa de propriedade da família (e que será dela como herança). Totalmente o oposto de quem nasce numa casa alugada ou até mesmo em uma ocupação não regularizada. Essa pessoa já nasce com uma dívida. Ela vai ter que trabalhar muito mais somente para sair de uma situação que não foi nem ela quem criou. Ela apenas nasceu. Daí fico pensando, puta mundo injusto né? A pessoa nasce e sua geolocalização age totalmente a favor ou contra seu futuro. Por que uma pessoa que nasce deve sofrer por escolhas feitas por outras pessoas anos atrás? Por que alguém deve pagar pelas más escolhas feitas pela família, pelos antepassados mais distantes ou até mesmo pela sociedade de 500 anos atrás? Não sei bem como resolver isso, pois o mundo sempre vai ser diferente entre suas regiões e continentes. Cada lugar tem sua cultura e sua forma de ver a vida. Mas, independente disso, não seria obrigação da sociedade proporcionar que todo mundo tivesse onde morar? Vocês não acham um absurdo uma pessoa nascer em um planeta QUE É DE TODO MUNDO mas ter que lutar para ter seu espaço nele? Uma galera um dia começou a demarcar terras e chamar aquilo de seu. Quem nasceu depois disso tem que ouvir: ”pra ficar aqui você vai ter que pagar, é a vida.” Não, não é a vida. Isso é uma invenção nossa. Uma convenção social que parece funcionar para poucas pessoas e aceita pela maioria, então estranhamente não é a pauta principal da sociedade. Para mim, todo mundo que nasce deveria ter o direito à moradia. Uma casa/apartamento/cabana/etc totalmente grátis e enquanto precisar de uma. Um espaço com mordomias básicas garantidas e pago pela sociedade. Não sei em que idade a pessoa ganharia esse benefício, não sei onde seria, não sei o tamanho. Também não fiz os cálculos econômicos para ver se essa ideia para em pé (nem saberia por onde começar). Negar para algumas dessas pessoas o direito a um pedaço de terra é basicamente dizer que elas não são bem-vindas. É, seletivamente, cobrar um ingresso muito mais caro por uma jornada que deveria ser igual para todo mundo. Esse mundo nem é nosso pra gente decidir quem é bem-vindo ou não. Que a gente possa receber todo mundo de braços abertos. E sem exigir aluguel por isso. O que você acha disso? — — — “Uééé Braga e esse novo design da news??” Então galera, o Mailchimp, ferramenta que utilizo desde o nascimento dessa news, em 2016, ficou financeiramente impraticável. Isso porque estou a pouquíssimas pessoas de bater o teto de assinantes do plano free (o meu plano, óbvio), e seria muito caro continuar lá através de um plano pago. Como toda pessoa repleta de signos de terra em seu mapa, acho mudanças um saco, mas tem vezes que são necessárias. E se o motivo para isso acontecer é porque minha base de assinantes está crescendo, só tenho que comemorar e mudar sem reclamar haha Foi o que fiz. Mudei. Começo hoje minha jornada como novo membro da plataforma da moda, o Substack. Trago comigo minha pequena legião super gigantesca de 2 mil pessoas. E é gigantesca sim! Claro, em uma era de megainfluenciadores e de vídeos que atingem os bilhões de views, sei que 2 mil pessoas não são muitas, mas para mim é um baita feito e que eu não teria alcançado sem a ajuda de vocês. Eu praticamente não comunico essa news e não tenho seguidores nem para ser chamado de nano-influenciador (mal uso minhas redes). Essa turma que tá aqui chegou através do boca a boca dessa própria turma (tanto analógico quanto digital). Só posso agradecer muito a todo mundo que já levou as minhas palavras adiante. E também pedir para continuar com o boca a boca kkk Longa vida ao Substack! ps: se você já tem experiência aqui e tá vendo eu fazer algo de amador, me avise! Eu sou realmente novo aqui. Espero que gostem dos links:
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quarta-feira, 31 de agosto de 2022
Links do mês #077 e o mundo que é de todo mundo
Nascedouro da milícia, RJ produz refugiados com aval de governos
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Ex de Bolsonaro declara mansão que antes dizia ser alugada
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