sexta-feira, 30 de abril de 2021

Efeito colateral da cloroquina: Bolsonaro pode ser condenado

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Efeito colateral da cloroquina: Bolsonaro pode ser condenado

 


Crusoé  desta semana mostra como Jair Bolsonaro deve se encrencar — e muito — na CPI da Covid. É por isso que ele e os seus aliados estão desesperados. Desde o início da pandemia, o presidente da República tem um comportamento execrável em relação ao enfrentamento da Covid. Agora chegou a hora de ele prestar contas. Um dos pontos mais sensíveis é a propaganda contínua que Jair Bolsonaro fez — e faz — da cloroquina. O remédio é comprovadamente ineficaz no tratamento da doença e pode causar sérios efeitos colaterais, mas Bolsonaro mandou comprar e produzir o medicamento, vendendo-o como panaceia. Enquanto isso, outras nações preocupavam-se em adquirir vacinas. A Crusoé  teve acesso a documentos que mostram como Bolsonaro e o seu governo empenharam-se em fazer tudo errado.


Leia um trecho da reportagem da Crusoé:

 

"Na próxima semana, a CPI promete se debruçar justamente sobre o chamado "Kit Covid" – que, além de outras substâncias sem respaldo científico para o tratamento do coronavírus, como a ivermectina, engloba a cloroquina. O debate será impulsionado pela presença do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que foi convocado para prestar depoimento aos senadores na terça-feira, 4. O ex-deputado do DEM foi demitido em abril do ano passado exatamente por sua recusa em referendar um protocolo de prescrição da cloroquina. Um mês após sua saída, o general Eduardo Pazuello, substituto de Nelson Teich, sucessor de Mandetta que ficou apenas 29 dias no cargo, avalizou a publicação de um protocolo que estimulava a prescrição do medicamento até em casos leves da doença.


Entre os documentos obtidos por Crusoé e já disponíveis para a CPI está a íntegra do processo administrativo que resultou no polêmico protocolo. O texto datado de 20 de maio de 2020 ganhou o nome de  "Orientações para manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19". A norma cita "a larga experiência do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento de outras doenças infecciosas (...) e a inexistência de outro tratamento eficaz disponível para a Covid-19". Como àquela altura a indicação do uso da substância já era duvidosa, o material deixa patente a preocupação de gestores da Saúde em não deixar rastros. Instada a emitir um parecer sobre a publicação da norma, a Advocacia-Geral da União estranhou o fato de o processo ter chegado ao órgão sem a assinatura de Pazuello. "Cumpre observar que o processo não veio acompanhado de despacho, bem como não foi encaminhado pelo titular máximo do órgão do Ministério da Saúde" , apontou a AGU."


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Boa leitura e um abraço,

 

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