terça-feira, 27 de abril de 2021

Meu propósito é o processo

Olar! :)

Neste e-mail você encontra:
  1. Um desabafo sobre propósito e sobre ser artista - sem aspas
  2. Minha experiência com o livro O Caminho do Artista
  3. Dicas de planejamento e economia em viagens
  4. Recomendações de livros maravilindos e fáceis de ler 
"Você é artista, sim", diz o mousepad aqui na minha mesa de trabalho. Leio o lembrete todos os dias e me pergunto: será que um dia vou acreditar?

Ainda tenho dificuldade pra não usar aspas quando falo pra alguém:

­-- Então, tou nesse processo de me entender """"artista""", sabe?

Ao mesmo tempo, me parece mais claro que nunca: me conectar com minha criatividade é um dos principais elementos que dão sentido à minha vida.



Acredito cada vez menos em propósito como um objetivo grandioso ao qual almejar pra dar sentido à nossa existência. Pra mim, sentir o mundo, aprender e cultivar afetos são razões de sobra pra viver. 

Mas se falarmos em termos produtivos, meu propósito não é algo específico, como ser uma escritora premiada ou acabar com a fome (adoraria ambos, é claro). Meu grande sonho é poder viver cada vez mais o processo, dedicando meu tempo "produtivo" a colocar no mundo coisas em que realmente acredito.

Escutando um dos episódios do ótimo podcast "profissão: artista", que já mencionei aqui, me identifiquei 200% com essa fala: "Tão importante quanto saber com o que você quer trabalhar é saber que tipo de vida você quer viver". Além da profissão em si, o que é importante pra você em relação ao seu trabalho?

Assim como Marcela-do-podcast, sinto que ter flexibilidade e poder imprimir minha identidade no que faço são pontos muito importantes pra mim. E assim como ela, demorei a entender que isso não é secundário. Eu quero ser artista, sem aspas. E sigo trabalhando pra isso.


O Caminho do Artista

Na última newsletter, falei brevemente do livro O Caminho do Artista e algumas pessoas pediram pra saber mais. Então aqui vai! :)

Autointitulado "bíblia da criatividade", ele propõe um programa de 12 semanas com exercícios pra ajudar a despertar seu potencial criativo.


Na parte teórica, a autora questiona várias ideias prejudiciais que costumamos alimentar sobre arte e criatividade. O livro é vibes autoajuda e é estadunidense, então me incomoda, mas não me surpreende, o tom cafoninha e as supostas soluções universais, como se a autora achasse que todo "artista bloqueado" tem os mesmos traumas e pudesse ser "curado" com o mesmo passo a passo.

Ainda assim, ele me ajudou a me convencer de que matar meus sonhos por considerá-los irresponsáveis é ser irresponsável comigo mesma. Que é preciso me permitir ser ruim e falhar pra poder, com o tempo, me tornar boa. Que pra trabalhar na minha arte preciso trabalhar na minha vida, afinal, não existe auto expressão sem um "eu" pra expressar.

Que a busca pela aprovação alheia abafa minha voz e minhas verdadeiras escolhas. Que o ego quer gratificação instantânea, mas arte precisa de tempo pra ser incubada. Que perfeccionismo tem muito mais a ver com orgulho que com humildade.

Que a criatividade é uma força vital, sem a qual não estaríamos aqui, e não um luxo ou algo que só tem razão de ser se trouxer "resultados" (pra quem? pra o capital?).

Além disso, as duas principais ferramentas de autoconhecimento propostas pela autora têm sido úteis pra mim. A primeira é o "encontro com o artista", que consiste basicamente em reservar um tempo toda semana pra levar seu artista interior pra brincar. Pode ser pintando, desenhando, fotografando, escrevendo, vendo um filme, lendo ficção...

Colocar a arte como prioridade na rotina pode ser difícil pra muita gente, mas a proposta do livro chegou em mim como uma espécie de autorização externa pra fazer arte sem pensar nos resultados. E me lembrou mais uma vez que as coisas que a sociedade considera inúteis são fundamentais.

O outro exercício é o das "páginas matinais", cuja proposta é escrever todos os dias três páginas à mão, assim que acordar. É só colocar no papel qualquer pensamento que aparecer, sem se preocupar com a qualidade do texto e sem autocrítica.

A ideia é fazer uma higiene mental, despejando no papel a bagunça de pensamentos e sentimentos que normalmente não temos tempo pra observar, ou nos acostumamos a ignorar.

Esse hábito serve pra desabafar sobre aqueles incômodos que ficam no fundo da nossa mente e provocam angústia ou ansiedade durante o dia, pra ganhar clareza mental, enxergar solução pra pequenos e grandes problemas, ter sementes de ideias que podemos cultivar depois, reclamar sem encher o saco de ninguém, sonhar sem restrições, conhecer melhor sua própria mente...

Serve também como incentivo pra dedicarmos ao menos uma meia horinha de atenção total ao momento presente e aos nossos desejos, necessidades e conflitos.

Eu já vinha mantendo um diário desde o início da pandemia, mas às vezes ficava dias sem escrever. No começo do ano, passei 20 dias seguindo as regrinhas propostas pela autora. Depois, adaptei pra o que faz mais sentido pra mim: tento escrever ao menos algumas linhas quase todos os dias, no horário em que der.

Pra quem não tem o hábito de escrever sobre o que pensa e sente, recomendo MUITO! Seja 1 ou 10 páginas, à mão ou no computador... só escreva. E, de tempos em tempos, releia. É realmente transformador.



Plano Worldpackers com validade estendida

Boa notícia pra quem tá pensando em assinar a Worldpackers Trips (que permite viajar sem pagar por hospedagem): devido ao agravamento da pandemia, a validade do plano foi estendida temporariamente pra 15 meses, em vez dos 12 habituais.

Lembrando que com o cupom JANELASABERTAS você ganha 10 dólares de desconto em qualquer plano da plataforma e me ajuda com uma comissãozinha. :)


Pra saber mais sobre esse esquema de voluntariado em viagens, que além de muito barato é super interessante, clique aqui. E pra conhecer a Academy, outro plano da Worldpackers que dá direito a ver dezenas de cursos online sobre planejamento de viagens e sobre viagem como estilo de vida, clique aqui.

O que tem rolado lá no blog

Tem post recém saído do forno sobre Como viajar sem dinheiro ou economizando ao máximo, cheio de dicas pra conseguir transporte, acomodação, alimentação e passeios de graça + formas de ganhar dinheiro na estrada;

Tem um guia super completo sobre Como planejar um mochilão, pra você ir se preparando pra o glorioso momento em que pudermos nos jogar no mundo em segurança novamente;

Tem texto reflexivo sobre por que ainda falamos em "descobrimento" do Brasil e qual nosso papel como turistas nesse cenário de apagamento da cultura indígena + entrevista com o comunicador Tukumã Pataxó, que entrevistei lá em Coroa Vermelha (praia lindona na tal "Costa do Descobrimento").

Tem um artigo gigante sobre Como é viajar sozinha na Índia, com várias dicas de segurança e depoimentos de outras viajantes;

Tem entrevista com minha amiga Carol Ussier, que por quatro anos morou em Gana e viajou pelos arredores e compartilhou generosas dicas sobre Viagem na África Ocidental, região tão interessante e tão negligenciada pelos turistas;

E tem os relatos detalhados sobre as casas acolhedoras que me receberam pra meu período de isolamento em Coroa Vermelha e Santo André, no Sul da Bahia.

Outras janelas que abri por aí

Não lembro se já indiquei aqui o perfil do Instagram @comidasaudavelpratodos, criado pela jornalista Juliana Gomes. Se não, me perdoem, porque o trabalho dela lá no insta e no blog, podcast e newsletter é MUITO bom. Juliana se dedica integralmente a entender, com senso crítico, consciência de classe e rigor jornalístico, o que tá por trás do agronegócio e da indústria alimentar que nos manipula e adoece. Ela mudou demais minha visão sobre comida e ainda ensina várias receitas baratinhas. Essencial.

Engoli avidamente o livro Se Deus me chamar não vou, de Mariana Carrara, narrado na perspectiva de uma menina de 11 anos que quer ser escritora e sofre bullying na escola. A história é triste, mas ao mesmo tempo bem humorada e muito sagaz. Achei a escrita uma delícia e me peguei revisitando questões importantes da minha infância e pré-adolescência. Livro curto e gostoso, que dá vontade de abraçar.

Também li de uma sentada, e curti bastante, o romance Primeiro eu tive que morrer, da cearense Lorena Portela, que se passa na deliciosa Jeri (dá uma vontade descomunal de viajar, se prepare!). Desde a leitura, venho me perguntando por que internalizei que preciso me provar o tempo inteiro como merecedora de felicidade. E me inspirei tanto com a história em si quanto com a coragem que Lorena teve de contá-la, confiando no seu sonho e lançando o livro de forma independente.

E se você trabalha com turismo ou gosta de refletir sobre jeitos responsáveis e divertidos de viajar, recomendo muito a leitura do livro Turismo Criativo, de Larissa Almeida, lançado através de financiamento colaborativo – algo que me emociona um monte. :)

Viva essas mulheres incríveis!

Um abracinho apertado virtual,
Luísa
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Este e-mail foi escrito com carinho por Luísa Ferreira.
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