Passadas as eleições municipais de 2020, o Brasil retoma às pautas que dominaram os debates políticos que dominaram o ano de 2020: o aumento no número de diagnósticos positivos de covid-19, as promessas sem lastro sobre a vacinação e as crises no governo Jair Bolsonaro (sem partido). A causa da última é assunto conhecido: o Renda Brasil ou Renda Cidadã, um programa para substituir o Bolsa Família e tentar contemplar o público que beneficiado pelo auxílio emergencial. No domingo o presidente voltou a repetir que o assunto estava vetado com "cartão vermelho": "O que eu falei três meses atrás está valendo. Quem falar em Renda Cidadã, cartão vermelho", disse. Naquela época, achava-se que a indireta era para o ministro da Economia, Paulo Guedes — era, na verdade, para o secretário dele. Hoje, a colunista do UOL Carla Araújo apurou junto a interlocutores do presidente que a ameaça foi direcionada ao ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, que havia prometido publicamente o anúncio do Renda Cidadã para este mês. No Palácio do Planalto, a visão é de que Onyx demorou para entender o recado e por isso o presidente teve que reforçar a ameaça. Bolsonaro sempre deixou claro que Onyx conta com sua gratidão. Mas seu desempenho à frente da Casa Civil — um dos ministérios mais importantes — fez com que o presidente demovesse o aliado e o transferisse para a Cidadania, pasta que cuida justamente de políticas sociais como o Bolsa Família. Vale lembrar que, se o cargo de Onyx realmente entrar na cesta, a pasta possivelmente será usada para negociações em torno da sucessão da Câmara.
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