O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez hoje ataques duros à imprensa e, durante uma formatura de policiais militares no Rio de Janeiro, colocou os policiais contra jornalistas. Na visão do governante, a mídia "defende canalhas" e "sempre estará contra" os agentes públicos de segurança. Os ataques de Bolsonaro ocorrem no dia em que duas reportagens de revistas semanais trazem novos detalhes sobre a suposta ajuda da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) à defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), seu filho mais velho, no caso das "rachadinhas" na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Flávio foi denunciado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato e organização criminosa. O senador nega todas as acusações. A Abin também voltou a afirmar que nenhum documento ou informe de defesa em processo criminal foi transmitido por qualquer meio para Flávio ou para os advogados de defesa do senador por meio do diretor-geral, coordenadores ou assessores da agência. Já a advogada de Flávio, Luciana Pires, disse à revista "Época", publicada hoje, que recebeu da Abin recomendações na tentativa de anular o inquérito do qual o parlamentar é investigado. À publicação, Luciana disse que não seguiu os conselhos, por estarem fora de seu alcance. Frente aos novos detalhes, a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia determinou que a PGR (Procuradoria-Geral da República) investigue se houve produção de relatórios pela Abin para Flávio. Em seu despacho, ela afirma que os fatos devem ser investigados porque, em tese, "podem configurar atos penal e administrativamente relevantes (prevaricação, advocacia administrativa, violação de sigilo funcional, crime de responsabilidade e improbidade administrativa)". O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro também pediu hoje que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, marque um novo depoimento com Alexandre Ramagem, diretor-geral da Abin e amigo da família Bolsonaro, para que ele se pronuncie sobre o caso.
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