Descubra a raiz que aniquila a mãe de todas as doenças  | Dr. Victor Sorrentino , Médico e Palestrante |
Olá, leitor O que você imagina quando falamos em "doença"? É natural que você associe ao momento atual que estamos vivendo. Ou pode ainda lembrar de alguns aspectos particulares da sua vida, como a preocupação com a pressão arterial, as medições diárias de glicemia para acompanhar o diabetes, o medo da balança... E nessa grande investigação sobre o que é a doença, não podemos deixar de falar dela, aquela que considero a "mãe de todas". Se você pensou em genética, está errado. Estou falando da inflamação, uma sistema do nosso corpo destinado a aniquilar nossos inimigos, mas que por vezes pode se voltar contra nós mesmos. Para deixar isso mais claro, quero te contar sobre algo que vivenciei, como médico, nos últimos dias. Na rotina do consultório, tive a oportunidade de atender três médicos, cada um deles com um sintoma diferente. Um estava deprimido; o outro, estafado. O terceiro, por fim, com Síndrome de Burnout, que é o esgotamento físico e emocional devido a uma rotina de trabalho extenuante. Os três casos tinham um ponto em comum: uma inflamação silenciosa e persistente. A minha recomendação, para os três médicos, foi a mesma: atacar a raiz da inflamação crônica, em um primeiro momento. Veja, existem inúmeros trabalhos científicos evidenciando as ligações entre marcadores inflamatórios sanguíneos e alterações no Sistema Nervoso Central, que podem evoluir para quadros de depressão, ansiedade, Burnout e fadiga. Um deles é um estudo de 2019, publicado no Frontiers in Immunology. Os pesquisadores evidenciaram um aumento dos marcadores inflamatórios sanguíneos, tanto em casos de depressão como de fadiga. E o que isso significa? A inflamação leva ao aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica (que bloqueia a entrada de elementos bioquímicos no sistema cerebral), facilitando a entrada de moléculas inflamatórias ou células do sistema imunológico no sistema nervoso. | | ANÚNCIO
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A partir daí, a sinalização inflamatória no sistema nervoso pode levar a alterações estruturais e funcionais bem importantes, e levar ao adoecimento. Agora, te faço uma pergunta: faz sentido tratar condições como depressão ou fadiga apenas com a escolha paliativa de um medicamento, ignorando a raiz do problema? Eu não acredito nisso. E vale lembrar que há múltiplas formas de combater e prevenir a inflamação crônica. Quer alguns exemplos? O primeiro passo seria investir em uma alimentação com o mínimo possível de ultraprocessados, farináceos, açúcar, refrigerantes, bebidas alcoólicas, gorduras trans e por aí vai. Comendo menos industrializados e mais alimentos naturais e orgânicos. O segundo passo seria apostar em algumas substâncias com ação anti-inflamatória no organismo. Uma das minhas favoritas é a cúrcuma. A cúrcuma é uma raiz com agentes bioquímicos com ação anti-inflamatória, que também atende pelos nomes de açafrão, açafrão da terra, falso açafrão, açafrão da Índia. Nela, encontramos a curcumina, que é o componente mais ativo da planta e amplamente estudado para uma série de condições de saúde, desde doenças cardiovasculares até Alzheimer. Em um artigo que fez uma longa revisão sobre as propriedades do ingrediente e que foi publicado pelo Alternative Medicine Review – A Journal Of Clinical Therapeutics, a autora, Julie S. Jurenka, evidenciou o poder da cúrcuma em bloquear a COX-2, uma enzima ligada à formação de substâncias inflamatórias. Existe uma gama incrível de estudos evidenciando o potencial anti-inflamatório dessa planta, vale a pena se aprofundar. Gosto apenas de fazer uma ressalva em relação à cúrcuma, já que muitos pacientes me perguntam sobre a qualidade do tempero pronto que está à venda nos mercados. Quando utilizamos somente o pó, que já é espetacular, perdemos parte das partículas dos agentes fitoquímicos, que são voláteis e se perdem. Já o óleo essencial da cúrcuma é extremamente concentrado, com diferentes fitoquímicos benéficos à saúde, que ficam condensados ali. Portanto, o melhor seria que pudéssemos ingerir ambos, tanto o pó quanto o óleo essencial. O ideal seria manipular o pó com padronização de 95% de curcuminoides, a fim de aproveitar o máximo da sua ação anti-inflamatória, e contar também com o óleo essencial de turmeric, que é o óleo da cúrcuma, na mesma cápsula. Combinado? Espero que o texto de hoje te inspire a fazer melhores escolhas no dia a dia. Um forte abraço,  | | ANÚNCIO
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Referências: - Altern Med Rev . 2009 Jun;14(2):141-53.
- Front Immunol. 2019; 10: 1696.
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