O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que as discussões sobre o programa Renda Brasil estão suspensas até que sejam feitos ajustes no texto elaborado pelo time do ministro Paulo Guedes (Economia). Para ele, o modelo atual retira recursos de "pobres" e dá a "paupérrimos". Bolsonaro deu um prazo de três dias, até a próxima sexta-feira (28), para que Guedes apresente uma nova proposta para o programa que vai substituir o Bolsa Família. A decisão de Bolsonaro de rejeitar o programa concebido pelo Ministério da Economia é uma derrota para Guedes, pois anula praticamente todo o trabalho feito até então. As divergências expostas hoje pelo presidente foram malvistas pelo mercado financeiro. Logo após as declarações, houve queda brusca de 1,46% no Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira. O dólar comercial fechou em alta de 1,54%, vendido a R$ 5,612. Segundo a colunista do UOL Carla Araújo, a reação foi imediata em Brasília. Até quem estava mais reservado no entorno de Bolsonaro admitiu que a situação do ministro é cada vez mais difícil. Um auxiliar palaciano afirmou que o presidente já deve estar procurando alguém "com uma agenda diferente da de Guedes" para uma possível substituição. Bolsonaro criticou especificamente a ideia de usar o dinheiro destinado ao abono salarial para financiar o Renda Brasil. "Como a questão do abono salarial, para quem tem até dois salários. Seria um 14º, não podemos tirar de 12 milhões de famílias para dar para o Bolsa Família, ou Renda Brasil, seja o que for o nome deste programa", disse ele. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), apoiou a decisão de Bolsonaro de recusar a proposta da equipe econômica para o Renda Brasil e, segundo a Folha, acusou o time do ministro Paulo Guedes de vazar a proposta antes de consultar o presidente. |
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