Olá! Como vai essa ressaca eleitoral? TAB tá non-stop: a gente foi às ruas acompanhar os preparativos do dia mais democrático do país para entender não só a disputa (ainda em campo), mas sobre nós. No caminho, pegamos carona na campanha de uma atriz pornô que buscava uma vaguinha na Câmara — e também pousamos no Amazonas para falar com o deputado mais longevo do país, o homem que sintetiza o chamado "centrão". Além disso, acompanhamos o domingo do mesário mais antigo de São Paulo e a apuração gospel de Silas Malafaia, em pleno culto. Bora para o nosso rolê pós-eleitoral? Viagem ao centrão da terra "Voto é que nem xiri*; para ganhar, tem que pedir." Saindo de uma roda de correligionários, o deputado mais longevo do país, Átila Lins (PSD-AM), solta a frase ao pé d'ouvido da reportagem. Prestes a completar 72 anos, ele é o exemplo mais fiel da estratégia que marca os parlamentares do centrão: obter recursos e obras para suas bases eleitorais por meio de acesso a emendas e cargos. Tanto que o deputado mesmo se auto-intitula "o rei das emendas". O repórter Rodrigo Bertolotto acompanhou a campanha de Lins no Amazonas em busca do nono mandato consecutivo — e adivinha só: ele conseguiu. Para entender mais sobre essa viagem ao centro da terra (e o que significa "xiri"), clica aqui! 30 anos este dia De uma janela do terceiro andar do pavilhão 9, Maurício Monteiro, 53, viu a tragédia começar. Naquele 2 de outubro de 1992, 111 homens foram assassinados pela Polícia Militar de São Paulo, dentro do complexo do Carandiru, na capital paulista. Na lembrança de Maurício, a data foi "bem mais que isso". Além de Monteiro, o rapper André Du Rap voltou com a reportagem do TAB ao local, onde hoje funciona o memorial do Parque da Juventude, para lembrar do maior massacre em cadeia da América Latina, que completou 30 anos em pleno dia de eleição. Veterano da festa No domingo (2), Ary Prizant saiu de casa às seis da manhã para assumir a função de uma vida. Ele é mesário há quase sete décadas e diz que já perdeu as contas de quantas eleições ajudou a realizar. Aos 91, munido da sua bengala, ele defende a urna eletrônica e conta, com olhos marejados: "Não basta ser brasileiro. Temos que colaborar, defender e preservar a dignidade do nosso país. A eleição é uma prova dessa dignidade. É democracia pura". Vote, ora pois! A vida não estava fácil para os brasileiros que foram votar em Lisboa. Nunca uma eleição brasileira mobilizou tantos eleitores na capital portuguesa. De 2018 para cá, a quantidade de eleitores inscritos mais do que dobrou, chegando a 45 mil — fazendo de Lisboa o maior colégio eleitoral fora do Brasil, ultrapassando Miami, nos Estados Unidos. A fila pela manhã já dobrava, mas para alguns o esforço e a espera foram desperdiçados: um eleitor tentou votar duas vezes seguidas e provocou o cancelamento de 59 votos de uma urna. A jornalista Luciana Alvarez conta como foi. Brochando na urna "Como muitos de vocês já usaram as mãos por mim, usem novamente com sabedoria nessa eleição", pedia Elisa Sanches, 40, atriz pornô carioca, nos primeiros dias de campanha para deputada federal pelo Rio de Janeiro. Foram abundantes as frases de duplo sentido — ela é uma das estrelas da Brasileirinhas, uma das principais e mais antigas produtoras de filmes pornôs do país, e não foi a única representante da classe nessas eleições (mas no fim, ninguém atingiu o clímax!). Apuração gospel No dia da Eleição, Silas Malafaia adiou a santa ceia na Assembleia de Deus Vitória em Cristo na Penha, zona norte do Rio. Com apoio declarado à reeleição de Jair Bolsonaro (PL), o amigo íntimo e pastor presidente da igreja preferiu fazer a apuração dos votos com os fiéis, mas disse que o resultado das urnas não altera em nada o funcionamento do templo. "Se Lula ou Bolsonaro ganhar, nada muda para a igreja. Igreja não vota", disse. No entanto, uma fiel que apareceu de vermelho passou por apuros. Carreata da vitória Também fomos à "carreata da vitória" realizada por frequentadores de um clube de tiro em Catanduva, no interior de São Paulo. Logo na concentração, a ideia fixa na cabeça dos eleitores era que Bolsonaro ganharia no primeiro turno. No fim, o clima de luto e perplexidade tomou conta. Da newsletter de Daniela Pinheiro Nesta edição, a colunista reflete sobre as eleições no país e o clima de violência sistêmica, a partir de um episódio que viveu no pós-eleição de 2018, num jantar com os jornalistas Carol Pires e o norte-americano Jon Lee Anderson. Para receber por e-mail e ler na íntegra as próximas newsletters de Daniela Pinheiro, cadastre-se aqui. |
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