Os deputados federais autodeclarados pretos e pardos eleitos no domingo (2) serão 26,4% dos parlamentares que irão legislar a partir de 2023 na Câmara dos Deputados — dos 513 eleitos, 135 declararam serem negros ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Isso representa um aumento tímido em relação ao pleito de 2018, quando 123 deputados foram eleitos. Ainda assim, é uma quantidade recorde. Com a decisão de 2020 do STF (Supremo Tribunal Federal), que obriga os partidos a distribuir de forma proporcional a verba do fundo eleitoral entre candidatos negros e brancos e a dividir entre eles o tempo destinado à propaganda na TV e no rádio, a expectativa de aumento na representatividade na Câmara era maior. Ainda assim, ninguém sonhava que alcançasse a proporção da população negra no país, de 55,8% da população. Neste ano, o número de candidaturas negras também aumentou 14% em comparação com as eleições de 2018, segundo o TSE. Vale lembrar que estamos falando de autodeclaração: algumas mudanças repentinas na declaração racial de candidatos foram emblemáticas e levantaram o debate sobre "afroconveniência" — casos de políticos brancos que mudaram sua declaração em busca de "oportunismo eleitoral". Pelo país, entre os candidatos negros mais bem votados no domingo estão: - Erika Hilton (Psol-SP), com mais de 256 mil votos;
- Talíria Petrone (Psol-RJ), com mais de 198 mil votos;
- Antonio Brito (PSD-BA) com mais de 165 mil votos.
A maioria dos estados elegeu, ao menos, um candidato negro. Em Santa Catarina e Mato Grosso do Sul todos os deputados federais eleitos são brancos. *** RACISMO RELIGIOSO... Um professor da Associação Nacional de Juristas Evangélicos, entidade ligada à ex-ministra e agora senadora eleita Damares Alves (Republicanos), impediu que um docente negro seguidor do Candomblé assumisse uma vaga como professor da UFS (Universidade Federal de Sergipe), mesmo após ele ter passado em concurso público. *** PRESIDENTE... Em clima de eleições, Ecoa conta a história de Nilo Peçanha, o primeiro presidente negro do Brasil, que assumiu o país em 1909. LIDERANÇA... Em Recife, a educadora popular Sarah Marques liderou uma luta contra o despejo de 76 famílias da comunidade Caranguejo Tabaiares. Ecoa conta como sua ajuda levou independência financeira para mulheres negras da região. PRESENÇA... Negra Li bateu um papo sobre questões raciais, carreira e influência na música e maternidade. Vale a pena conferir! *** CARANDIRU... O maior massacre prisional da América Latina completou três décadas. Em 2 de outubro de 1992, 111 homens foram assassinados pela Polícia Militar de São Paulo dentro do complexo do Carandiru. TAB conversou com os sobreviventes Maurício e André du Rap. *** PERIFERIA JOVEM... Em meio às eleições, a empreendedora social Kelly Lopes lembra da importância de olhar para as demandas da juventude da periferia. *** |
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