Existem dois Telegrams. Um é o já famoso aplicativo rebelde que não coopera com autoridades judiciais mundo afora e que se vangloria de não entregar dados de seus usuários para governos e de fazer uma moderação de conteúdo bastante reduzida. O outro é o que respondeu à ordem judicial de bloqueio emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, tirou do ar postagens e contas ordenadas pela Justiça, apontou um representante legal no Brasil e disse que vai monitorar diariamente os 100 canais mais populares no país, já que eles respondem por 95% de todo o conteúdo público que roda por aqui. Diante de uma empresa com posturas tão distintas, o advogado e colunista Carlos Affonso, de Tilt, quer saber qual dos dois Telegrams vai operar no Brasil durante as eleições. O que rolou Depois da ameaça de bloqueio, o Telegram obediente diz que veio para ficar. Mas, é preciso atenção. Segundo apurado, a empresa não fez contato com as agências de checagem indicadas na sua resposta. Além disso, na seção de perguntas frequentes do site da empresa está dito que o Telegram só modera conteúdos públicos, como canais, stickers e bots. No entanto, muitos acreditam que a plataforma não quer perder dinheiro no Brasil. Nosso país é um mercado atrativo para a empresa, com seus milhões de usuários. E a companhia pode ainda estar mirando em uma operação de negociação de ações em bolsa. Para Affonso, não vai demorar para descobrirmos qual Telegram vai funcionar no Brasil durante as eleições. Se for o que cumpre as determinações judiciais, essa será uma mudança radical na postura da empresa. Se for o Telegram que ignora as comunicações e permite conteúdos danosos, quando as eleições chegarem talvez o aplicativo não esteja mais funcionando por aqui. |
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