Olá, investidor. A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 1,62% em março, substancialmente acima da alta de 1,30% indicada pela projeção dos analistas consultados pela Refinitiv. A disparada dos preços foi puxada principalmente pelos grupos de transportes e alimentos e bebidas, que avançaram 3,02% e 2,42%, respectivamente. No caso dos transportes, nota-se o impacto dos vertiginosos reajustes de preços da gasolina e do diesel anunciados pela Petrobras (PETR4) no dia 10 de março. Na ocasião, foi definido um aumento de 18,8% do preço médio de venda da gasolina nas distribuidoras, enquanto o diesel sofreu elevação de 24,9%. Os preços dos alimentos são indiretamente afetados pela alta dos combustíveis, que encarece toda a cadeia logística destes produtos. Além disso, os grãos têm sofrido forte valorização nos últimos meses, resultando em custos mais elevados para a produção de carne, uma vez que estes alimentos são utilizados como ração para os rebanhos brasileiros. O grupo de vestuário também superou o IPCA, com alta de 1,82% no mês. Este movimento pode ser explicado pela retomada do varejo de moda em meio à reabertura total da economia e o crescimento da demanda por roupas e calçados após um longo período de queda nas vendas em decorrência da pandemia do coronavírus. Na outra ponta, o grupo de comunicação apresentou deflação de 0,05%, contrariando a tendência de alta dos demais segmentos. A notícia de disparada da inflação é negativa para o mercado e deve trazer pressão de baixa para o Ibovespa, pois revela uma acelerada corrosão do poder de compra dos consumidores brasileiros, além de aumentar o receio por um prolongamento da alta dos juros pelo Banco Central (BC), após sinalizações de que a próxima elevação seria a última do atual ciclo. Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes do UOL Investimentos): informações sobre a indicação de novos nomes para a presidência da Petrobras e de seu Conselho de Administração. Um abraço, Rafael Bevilacqua Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br. |
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