Olá, investidor. Na terça-feira (22), foi divulgada a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que trouxe sinais ambíguos quanto à trajetória dos juros no Brasil, mas deu indícios de que o atual ciclo de alta deve estar próximo do fim. No documento, o Copom reafirma a intenção de elevar a Selic - a taxa básica de juros - em 1 ponto percentual na próxima reunião, que ocorre entre os dias 3 e 4 de maio, para 12,75% ao ano. Esse patamar pode ser suficiente para entregar uma inflação dentro da meta em 2023, mas o Copom se mostrou propenso a ampliar o ciclo de alta caso o cenário macroeconômico traga surpresas negativas. Tais surpresas negativas estão diretamente ligadas aos efeitos colaterais da guerra na Ucrânia e o consequente processo de isolamento econômico da Rússia, uma vez que o gigante eurasiático é um dos principais exportadores de petróleo e gás natural do planeta, dois insumos fundamentais para as cadeias produtivas globais. Diante da possibilidade de que novas sanções sejam aplicadas ao setor de óleo e gás da Rússia, os preços do barril de petróleo têm se valorizado vertiginosamente nas últimas semanas, pressionando a alta da inflação global. Neste contexto, ganham força as apostas em mais uma elevação da Selic após a próxima reunião, podendo levar a taxa ao patamar entre 13,25% e 13,75% ao ano. E como isso afeta os seus investimentos?Apesar de todos os sinais apontarem que o fim do ciclo de alta dos juros está próximo, isso não quer dizer que a Selic iniciará um movimento de queda logo em seguida. Para ela surtir o efeito esperado, o Banco Central (BC) deverá manter os juros em alta por um período considerável, dando início aos cortes na Selic apenas em 2023, mas de forma lenta e gradual. Assim, ativos de renda fixa indexados à Selic e ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) - taxa de referência para operações de empréstimo entre instituições financeiras - devem oferecer uma rentabilidade atrativa no curto prazo, devido à discrepância entre os juros e a inflação projetada para os próximos anos. Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes do UOL Investimentos): informações sobre os resultados da JBS referentes ao quarto trimestre de 2021. Um abraço, Rafael Bevilacqua Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br. |
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