Olá, investidor. Após um início de ano ameno no cenário político brasileiro, o debate acerca da concessão de aumentos salariais aos servidores públicos federais volta a ganhar força e traz preocupações aos investidores brasileiros. A possibilidade de reajuste foi um dos fatores que contribuíram para a deterioração das perspectivas para a economia brasileira ao longo do segundo semestre do ano passado, tendo ganhado força após o presidente Jair Bolsonaro sinalizar que concederia um reajuste apenas a categorias policiais. A sinalização fez com que outras categorias do funcionalismo público federal se mobilizassem para reivindicar reajustes, a despeito da frágil situação fiscal do país. De acordo com um levantamento feito pelo UOL em fevereiro deste ano, muitas das categorias que têm se mobilizado pedindo aumentos de salários já estão entre as mais bem pagas do funcionalismo público, como é o caso dos servidores da Polícia Federal e da Receita Federal, que chegam a receber salários de mais de R$ 30 mil, bem como funcionários do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cuja remuneração pode chegar a R$ 27 mil. Na tentativa de atender parcialmente as demandas dessas categorias, a ala política do governo federal defende um reajuste linear de 5% para todo o funcionalismo público federal, o que implicaria um custo entre R$ 5 bilhões e R$ 8 bilhões neste ano, a depender de quando os novos salários entrassem em vigor. Apesar de custoso aos cofres públicos, tal reajuste seria insuficiente para repor a perda de poder de compra decorrente da inflação em 2021, que acumulou alta de 10,06%. Na quarta-feira (30), o secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, informou que não há espaço para um reajuste dessa dimensão no Orçamento de 2022, uma vez que o espaço aprovado dentro do teto de gastos para eventuais reajustes é de R$ 1,7 bilhão. Assim, para conceder o reajuste sem romper o teto, seria necessário cortar despesas em outras pontas. Diante desse impasse, o mercado volta a se preocupar com a situação das contas públicas brasileiras e com o risco de novas paralisações e greves ao longo do ano. Contudo, com o Orçamento já votado e aprovado, o mais provável é que um eventual reajuste se limite ao espaço criado dentro do teto de gastos. Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes do UOL Investimentos): informações sobre a eleição do conselho de administração da BRF, que será presidido por Marcos Molina e terá nove membros indicados pela Marfrig. Um abraço, Rafael Bevilacqua Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br. |
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