Quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou oficialmente a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), ainda se sabia pouco sobre esse microrganismo, de onde ele vinha e para onde ele iria nos levar. Mas uma das certezas que quase todos os especialistas —médicos, microbiologistas, cientistas e tantos outros que ainda se debruçam para entender o patógeno— tinham era de que ele iria, eventualmente, mutar. É da natureza do vírus: um microrganismo simples, capaz de se replicar milhares de vezes, o que aumenta a probabilidade do surgimento de erros genéticos nas cópias geradas, ou seja, cópias com mutações. Alguns erros podem tornar inviáveis a multiplicação do vírus e fazer com essas mutações sumam. Já outros erros, no entanto, podem fazer com que as mutações se mostrem mais adaptadas e se tornem dominantes —o que tem acontecido. Se pensarmos que falhamos em parar a contaminação das pessoas e que o vírus "original" circulou amplamente pelo mundo, era só uma questão de tempo até que uma dessas réplicas com erros —as variantes— se mostrasse mais contagiosa, mais virulenta e mais capaz de adoecer seu hospedeiro. Mas nem tudo está perdido: a velocidade com que as variantes estão surgindo não é mais rápida do que o esperado —o que indica que estamos no curso normal da pandemia. A questão agora é aguardar para saber se as vacinas disponíveis têm boa resposta a essas variações —por enquanto, os estudos mostraram que sim. De toda forma, as medidas de contenção do vírus ainda devem continuar. Recentemente, por causa das variantes, surgiu o que seria uma recomendação oficial de uso de duas máscaras —como se elas fossem mais efetivas contra essas mutações. Não são: de acordo com os especialistas, o uso de uma máscara só (de boa qualidade e bem ajustada no rosto), associado a outras medidas (como higiene das mãos e, principalmente, distanciamento social), já é suficiente para aumentar a proteção contra a contaminação.
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