Um veneno e uma planta para artrite reumatoide  | Dr. Mikhael Marques, Médico, palestrante e escritor |
Olá, leitor. Tudo bem com você? Estou feliz de estar aqui mais uma vez, podendo dividir histórias e experiências que marcaram a minha vida e jornada enquanto médico. E sei que essas palavras podem fazer a diferença em sua vida também. Sabe aquela frase: "A felicidade só é real quando compartilhada"? Vale o mesmo para o conhecimento, principalmente quando falamos de estratégias naturais e sustentáveis, que são tão atacadas pelas forças dominantes. Por isso, a história que eu trago hoje pode incomodar aqueles que são adeptos dos medicamentos anti-inflamatórios, apesar de todos os riscos associados a eles. Veja, os medicamentos à base de diclofenaco, que pertencem à classe dos anti-inflamatórios não-esteroides, têm como efeitos colaterais: - aumento do risco de infarto;
- insuficiência cardíaca;
- e até mesmo derrame cerebral.
Tudo isso listado e alertado pela a Food and Drug Administration (FDA), o órgão regulatório dos Estados Unidos. E, mesmo assim, tem gente que acha que isso não é nada demais. É claro que eu jamais diria para você abandonar ou interromper por conta própria o uso de remédios e tratamentos orientados pelo profissional de saúde que te acompanha. Mas é minha missão de vida te apresentar outros caminhos que podem trazer o alívio permanente da dor. E uma delas é a apitoxina, ou o popular veneno de abelha, caso nunca tenha ouvido falar nisso antes. Como você talvez já tenha percebido, eu sou um apaixonado pelas abelhas e por tudo que elas fazem por nós e pelo nosso planeta. E quando vi as mãos de uma mulher, que era manicure, reconquistarem movimentos fluidos e indolores graças ao VENENO das abelhas, tive ainda mais convicção da minha missão enquanto médico e conhecedor dos produtos apícolas. Essa paciente estava com as mãos cada vez mais deformadas, sem conseguir fazer uso de instrumentos como alicate e cortador de unha. Até abrir um vidro de esmalte era difícil. Então, realizamos uma sessão com aplicação de apitoxina e, no mês seguinte, tudo mudou: ela estava com as mãos livres das deformações e recuperando os movimentos sem tanta dor. Não era a cura absoluta da artrite, mas uma melhora MUITO significativa nos sintomas. Tudo isso com respaldo da ciência, é claro. Estudos já confirmaram a presença de várias moléculas ativas na apitoxina, como peptídeos e enzimas, que têm potencial modulador da inflamação, com resultados positivos em casos de doença de Parkinson, Alzheimer, esclerose e artrite reumatoide. Além disso, o veneno das abelhas tem mostrado benefícios promissores contra diferentes tipos de câncer, bem como uma interessante atividade antiviral. Em um estudo da Korea Institute of Oriental Medicine, publicado no BMJ Open , os pesquisadores analisaram efeitos da acupuntura com veneno de abelha na artrite reumatoide, mesmo caso da minha paciente. Nesse estudo, as pessoas que receberam a apitoxina relataram menos inchaço, sensibilidade e rigidez nas articulações e menos rigidez matinal do que aqueles que receberam placebo. Para entender melhor como a apitoxina atua, é importante lembrar que a artrite reumatoide é uma doença autoimune, ou seja, o nosso sistema imune acaba atacando os tecidos do próprio corpo, especificamente, neste caso, a membrana sinovial, uma película fina que reveste as articulações. | | ANÚNCIO
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Os sintomas são dor, edema, calor e vermelhidão nas articulações, principalmente em mãos e punhos. Se você convive com essa condição, sabe que é extremamente doloroso. Um dos compostos presentes na apitoxina, que no caso é a melitina, pode ajudar. Baixas doses desse composto podem diminuir a inflamação, inibindo a liberação de interleucina-6, fator de necrose tumoral alfa e outras citocinas inflamatórias, como apontou um estudo publicado em 2018 no periódico Molecules. É claro que não basta colocar a mão dentro de uma colmeia e esperar resultados positivos. Essa terapia deve ser realizada por um profissional especializado e ciente das suas condições de saúde, a fim de prevenir qualquer evento adverso. Prefere uma erva? Mas se o veneno de abelha parece algo muito complexo para você, não tem problema: te apresento outra forma natural de amenizar a dor. Já ouviu falar na planta unha-de-gato? Pois é, ela é muito mais do que uma simples trepadeira para forrar muros e portões de casa. A unha-de-gato é uma das ervas medicinais mais tradicionais do Peru, sendo utilizada para tratar e aliviar diferentes sintomas. No passado, tribos indígenas faziam uso da planta para tratar doenças inflamatórias, artrite, dores ósseas, diabetes, cicatrização de cortes profundos, problemas digestivos e até como método contraceptivo. Atualmente ela é reconhecida como um fitoterápico pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), indicada por suas propriedades anti-inflamatórias. Prova da ação anti-inflamatória da unha-de-gato foi evidenciada em um estudo publicado no Journal of Rheumatology, realizado com pessoas diagnosticadas com artrite reumatoide. O estudo concluiu que 60mg de extrato de unha-de-gato por dia, junto com a medicação regular, resultou em uma redução de 29% no número de articulações dolorosas, em comparação com um grupo de controle que apenas tomava medicamentos. Você pode consumir a unha-de-gato em forma de chá, com uma infusão de uma colher de sopa da erva em um litro de água fervente. É só aguardar 10 minutos, coar e beber. Apenas um cuidado: a planta deve ser evitada por gestantes e lactantes, pacientes que realizaram transplantes e pessoas que utilizam medicamentos anticoagulantes. A apitoxina e a unha-de-gato são apenas dois exemplos de estratégias naturais para alívio da dor. Pretendo compartilhar muitos outros conhecimentos desse tipo com você. Por uma saúde transformadora, minimalista e limpa, ao seu alcance. Volto em breve, com mais histórias e conhecimento! Um abraço, 
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Referências: - Molecules. 2019 Aug; 24(16): 2997.
- BMJ Open . 2014 Nov 7;4(11):e006140.
- Molecules. 2018 Feb; 23(2): 332.
- J Rheumatol . 2002 Apr;29(4):678-81.
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