Com medidas restritivas de circulação sendo adotadas ou fortalecidas em diversas localidades pelo Brasil, secretários e políticos têm se colocado em posições divergentes sobre a efetividade das ações. A secretaria estadual da Saúde vai pedir ao Centro de Contingenciamento do Coronavírus que suspenda as aulas presenciais nas escolas de São Paulo. A medida, no entanto, encontra resistência na pasta da Educação, segundo a qual uma nova suspensão pode trazer mais prejuízos pedagógicos aos alunos. Também há temor de que o novo fechamento possa fortalecer o movimento dos professores contrários ao retorno presencial. O secretário Jean Gorinchteyn disse, no entanto, ser contra o lockdown. Ele considera que isso combinado com a falta do auxílio emergencial vai levar parte da população "a morrer de fome". "Temos que fazer restrições mais robustas e enérgicas, mas o lockdown no nosso país, não temos condições de fazer. As pessoas vão morrer de fome." O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que, mesmo com o avanço da vacinação contra covid-19 no país, todo o estado deveria ser colocado "imediatamente" em uma fase mais restritiva do Plano São Paulo por pelo menos 15 dias. Para ele, a proposta ajudaria a "ganhar tempo" contra o avanço da doença a partir de variantes. "Para atingir o mínimo de 50 milhões de vacinados, vamos aguardar um bom tempo ainda. Não vai acontecer antes de junho ou julho." Já o Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) criticou a "defesa da suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país". Seus integrantes dizem que a maioria das escolas brasileiras, especialmente na educação pública, está fechada há quase um ano, "com graves prejuízos para aprendizagem e para os aspectos socioemocionais". A proposta foi feita por profissionais de saúde que querem um endurecimento das medidas e a adoção imediata de lockdown (fechamento do maior número possível de atividades, liberando apenas o essencial) em locais acima de 85% da ocupação de leitos de UTI. Segundo o o Observatório Fiocruz Covid-19, 18 estados têm mais de 80% de UTIs lotadas. A pneumonologista da Fiocruz Margareth Dalcolmo, prevê que o Brasil terá "o março mais triste de nossas vidas. O Imperial College fez um comparativo com o levantamento divulgado na semana passada sobre a taxa de transmissão da covid-19 no Brasi. Segundo a universidade britânica, houve uma alta expressiva. O Rt, que é o índice que mede a transmissão, está em 1,13, ante os 1,02 e 1,03 apresentado em dias anteriores.
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