"Não tente prever o futuro. Não vale a pena". Essa foi uma das frases da, vejam só, futurista Amy Webb no SxSw (South by Southwest), um dos principais eventos de criatividade e tecnologia do mundo. O "Southby", como é conhecido por aqui, aconteceu na semana passada, de forma online. A apresentação de Amy é, todos os anos, uma das mais esperadas do festival. Isso porque ela comenta, em primeira mão, os resultados do seu anual "Tech Trends Report". Mas, este ano, nem a fundadora do Future Today Institute conseguiu prever muito bem o que vem por aí. No lugar do estudo anual, o instituto apresentou 12 relatórios com tendências para os próximos anos. Foram identificados, ao todo, 500 insights —um aumento de mais de 20% em relação ao ano anterior, quando o relatório listou 385 itens. Salta aos olhos o conceito de "You of Things". É uma referência a outro conceito, "Internet of Things", ou internet das coisas, quando objetos inteligentes, como TVs e lâmpadas, estão conectados à internet e "conversam" entre si. Para Amy, (muito) em breve, é o nosso corpo que se tornará uma grande rede, que vai interagir o tempo todo com dados de outros dispositivos de outras redes —sejam elas pessoas, empresas ou serviços. Segundo ela, os "wearables" (ou "tecnologias vestíveis") tomarão o lugar dos smartphones, cujas vendas já vem caindo ano após ano. Os "wearables" são acessórios com múltiplas funções. Por exemplo: - sensores que medem a respiração das pessoas e emitem alertas caso fiquem estressadas;
- dispositivos que monitoram se um funcionário está desatento ou teve uma queda de produtividade
- ou um adesivo corporal que dialogará com os demais produtos inteligentes da casa (ele saberá antes mesmo de você se você está com sede ou fome).
Tanta tecnologia levará as discussões sobre privacidade a níveis inimagináveis. Mas Amy minimiza os efeitos da coleta de dados dos usuários de redes que vemos crescer dia após dia. A privacidade como conhecíamos já morreu. Mas isso não é necessariamente ruim.
Amy Webb, futurista
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