O ex-procurador suíço Stefan Lenz, que liderava as investigações contra a Petrobras e a Odebrecht na Suíça, sugeriu em carta de julho de 2016 para o procurador Orlando Martello, da Lava Jato, que a estatal brasileira o contratasse para ampliar a possibilidade de a empresa recuperar dinheiro desviado. À época, ele ainda ocupava o cargo no Ministério Público da Suíça. Ao colunista Jamil Chade, ele contesta a informação: "Nunca fui contratado pela Petrobras e nunca ajudei. Não houve prática ilegal na troca de provas e informações entre mim e a equipe da Lava Jato". Ele também diz não se lembrar de ter enviado a carta. O documento faz parte do primeiro lote de material apreendido na Operação Spoofing, repassada recentemente pela Justiça aos advogados do ex-presidente Lula. Para a defesa de Lula, as mensagens que revelariam como procuradores brasileiros e suíços transmitiam informações sobre as investigações "fora dos canais oficiais e ao arrepio do que prevê o acordo entre os dois países". Lenz foi considerado o "cérebro" das investigações sobre o caso brasileiro. Nos dois anos em que liderou o inquérito, houve mais de mil contas bloqueadas, num valor total de US$ 1 bilhão. "Com o profundo conhecimento do assunto e especial nas investigações em curso, eu poderia liderar o lado brasileiro por meios dos procedimentos dos quais já tenho familiaridade", escreveu Lenz na carta. Também afirma que mandaria a mesma mensagem para Deltan Dallagnol. Mas pediu que a informação fosse mantida "em absoluta confidencialidade". Procurada pelo UOL, a Lava Jato enviou nota em que diz que "as mensagens foram obtidas de forma criminosa" e "foram descontextualizadas".
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