"Uma vez dentro da seita do controle de peso, nunca mais se está só. A gentileza que as pessoas costumam dispensar aos corpos masculinos não se aplica aos femininos. As mulheres têm pouca privacidade física. Cada mudança ou variação no peso é publicamente observada, julgada e debatida"- Trecho da obra "O mito da beleza", de Naomi Wolf Na última semana, a influencer Liliane Amorim morreu devido a complicações de uma cirurgia plástica. Ela, que era magra e tinha um corpo padrão, é mais uma vítima da busca inalcançável por ideais estéticos. Na news de hoje reunimos algumas reflexões sobre o assunto: o mito da beleza nos mata diariamente. Até quando vamos morrer em luta contra nossos corpos?
1 - Lipoaspirações, rinoplastias, cirurgias para aumento de seio, o que não falta são intervenções estéticas de "aperfeiçoamento" do corpo feminino. Enquanto não o alçamos, não podemos ser felizes. Essa obsessão tem até nome e se chama dismorfia corporal. Assim como Liliane - que já era magra, já tinha a barriga lisa, já tinha a cintura fina - muitas mulheres padrões seguem insatisfeitas com a aparência e recorrem a operações de plástica. Em "Morte de Liliane não é caso isolado: lipoaspiração está matando mulheres", Carla Lemos discorre sobre o tema. 2 - O mercado da beleza é um ramo lucrativo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, só em 2018 foram realizadas cerca de 1,5 milhão de operações no Brasil. Somos o campeão do segmento e o fator econômico é mais um dos motivos para a sociedade não se importar com mulheres que correm risco de vida em nome do corpo perfeito. "Enquanto a insatisfação feminina for lucrativa, Lilianes continuarão morrendo" como resume nossa colunista Nina Lemos. Clique parar ler o texto completo! 3 - Não são só as mulheres "comuns" que lutam contra essa obsessão. Preta Gil, em entrevista recente no novo talk show de Universa, "E aí, Beleza?", abriu o jogo para a apresentadora Fabi Gomes sobre a cobrança que recebe do público quanto a sua aparência física: "Fiz lipo, tomei remédio, fiquei macérrima e não pararam de atacar". Assista à integra do bate-papo com a cantora nesse link. 4 - A história da policial Mônica Malta também não teve um final feliz. Após ter 3 filhos, ela decidiu colocar silicone e fazer uma abdominoplastia. Cinco cirurgias depois, agora ela tem um corpo deformado. Em depoimento exclusivo para nossa repórter Luiza Souto, Mônica compartilha seu sofrimento: "O descontentamento é tanto que no fim de 2020, sem pensar muito, cortei meu cabelo todo. Ele era comprido, mas como nunca estou satisfeita comigo, fui cortando, querendo causar impacto, quando na verdade não era um problema visual, mas interno". Veja mais aqui. 5 - Para finalizar esta news, trazemos outra discussão. Nós, mulheres, estamos o tempo todo em batalha. E nem sempre conseguimos segurar a barra, independente de estarmos cientes do quanto os padrões estéticos são injustos, de quanto o machismo atrapalha nossas vidas, de quanto o racismo prejudica a sociedade. Vale lembrar que mulheres empoderadas também sofrem depressão. Você sabe a hora de pedir ajuda? Ana Paula Xongani se propõe a te ajudar. Tire um tempo para respirar e acesse o texto. Semana que vem voltamos com novas pautas!
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário