A Web3, ou a terceira geração da internet, surgiu com a promessa de revolucionar a forma como as pessoas se conectam, compartilham e interagem com a rede. É aquela história de internet baseada em arquitetura descentralizada, que permite a seus usuários o acesso a serviços e aplicações diretamente do blockchain, sem a necessidade de intermediários. Para muitos, a Web3 tem sido apontada como uma solução para muitos dos problemas que afligem a atual internet, como a privacidade, a segurança e a centralização de dados. Mas a tal revolução da internet ainda não é isso tudo. Os colunistas Pedro e Paulo Markun explicam nesta semana em Tilt. Aliás, para entender o porquê que a Web3 pelo menos ainda não revolucionou a internet, eles utilizam a ideia do Hype Cycle, um modelo criado para acompanhar o ciclo de vida de tecnologias emergentes. Ele é composto por cinco fases: - Gatilho Tecnológico
- Pico das Expectativas Infladas
- Vale da Desilusão
- Ladeira do Encantamento
- Planalto de Produtividade
Na fase de Gatilho Tecnológico, uma nova tecnologia é apresentada ao mercado e gera muita expectativa. É nesse momento que ela começa a ser conhecida e discutida amplamente. Na fase seguinte, o Pico das Expectativas Infladas, o frisson em torno da tecnologia atinge seu pico, mas ainda há muitas dúvidas e incertezas em relação à sua viabilidade e ao seu impacto real. Muitas vezes, nessa fase, empresas e investidores começam a aplicar seus recursos em projetos relacionados à tecnologia, o que pode gerar uma bolha especulativa. No Vale da Desilusão, a tecnologia começa a ser testada e, muitas vezes, não atende às esperanças iniciais, o que gera frustração e desconfiança. É aqui que muitos projetos relacionados à tecnologia são abandonados ou fracassam. Na etapa seguinte, a Ladeira do Encantamento, a tecnologia começa a ser compreendida melhor e a ser utilizada de maneira mais eficiente. Empresas e investidores passam a entender melhor como aplicá-la, e os projetos relacionados começam a ser mais bem-sucedidos. Por fim, é no Planalto da Produtividade que a tecnologia se torna amplamente aceita e passa a ser utilizada de maneira diversa e eficiente. É nessa fase que ela atinge seu potencial e começa a gerar resultados concretos. Ainda assim, uma passada de olho mais atenta pelos portais de tecnologia coloca Web3, NFT, Metaverso e essas novas tecnologias emergentes em algum lugar entre o Pico das Expectativas Infladas e o Vale da Desilusão, com diversos projetos surgindo e fracassando de forma espetacular. Uma parte do problema está nas encrencas que surgiram em torno dos NFTs, ou tokens, que devem ser a base monetária capaz de sustentar projetos da Web3. No final de 2021, essa parecia ser uma estrada asfaltada e plana, mas este ano as coisas se complicaram. Algumas empresas envolvidas com as criptomoedas demitiram fortemente. A americana Coinbase cortou 18% de sua equipe em junho; a BlockchainCom demitiu 25%; e a OpenSea, 20%. O fato é que, apesar de todos os benefícios da Web3, ainda há muitos desafios a serem superados antes que ela se torne uma tecnologia mainstream. A falta de padrões e regulamentação é um dos principais obstáculos — e a causa dos rolos envolvendo NFTs. Cada projeto Web3 atual tem suas próprias regras e protocolos. Além disso, ainda há um longo caminho a percorrer no que diz respeito a usabilidade e integração com aplicações existentes. No entanto, as perspectivas futuras são animadoras, e a tecnologia tem o potencial de revolucionar a forma como as pessoas se conectam e utilizam a internet. Com a continuação do desenvolvimento e a maturação dessa tecnologia, é possível que ela se torne um componente fundamental da próxima geração da internet. ******** CONFIRA TAMBÉM UOL CARROS DO FUTURO Toda quarta-feira, a newsletter UOL Carros do Futuro traz tendências e debates sobre as novas tecnologias da indústria automobilística. Na última semana o tema principal foi o novo asfalto que começa a chegar nas ruas brasileiras em 2023. Quer se cadastrar e receber o boletim semanal? Clique aqui. |
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