"Eu acho que aprendo mais com Lélia Gonzalez do que vocês aprendem comigo" Angela Davis A recomendação foi feita pela ativista norte-americana negra, uma das maiores da história, durante visita ao Brasil em 2019. Davis se refere à filósofa que virou ícone para os movimentos negros brasileiros. O nascimento dela completará 88 anos nesta terça-feira (1º). Mineira, Lélia mergulhou nas discussões raciais nos anos 1970. Foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado, em 1978, e do IPCN (Instituto de Pesquisa das Culturas Negras). Ativista, professora, filósofa e antropóloga, ela foi pioneira ao tratar de ideias decoloniais, que questionam o pensamento intelectual eurocentrado, e a valorizar povos africanos e latino-americanos. Morta aos 59 anos, ela também foi primordial na difusão da "interseccionalidade", ideia de que a sociedade e seus integrantes são atravessados por diversas opressões, que interagem entre si e se retroalimentam. Neste sentido, mulheres negras são alvo tanto do racismo, quanto do machismo. Leia abaixo cinco frases para entender o pensamento de Lélia Gonzalez: 1) Abrir de olhos"A conscientização da opressão ocorre, antes de qualquer coisa, pelo racial" (no livro "Por um feminismo Afro-latino-americano", Zahar) 2) Cadê a interseccionalidade?"Como se explica esse 'esquecimento' por parte do feminismo? A resposta, na nossa opinião, está no que alguns cientistas sociais caracterizam como racismo por omissão e cujas raízes, dizemos nós, se encontram em uma visão de mundo eurocêntrica e neocolonialista da realidade" (no livro "Por um feminismo Afro-latino-americano", Zahar) 3) O que coloca a gente na luta"Essa identidade negra não é uma coisa pronta, acabada. Então, para mim, uma pessoa negra que tem consciência de sua negritude está na luta contra o racismo." (em depoimento de 1988) 4) Os traços que carregamos"A mulher negra é o grande foco das desigualdades sociais e sexuais existentes na sociedade brasileira. É nela que se concentram esses dois tipos de desigualdade, sem contar com a desigualdade de classes. O que percebemos é que, na nossa sociedade, as classificações sociais, raciais e sexuais fazem da mulher negra um objeto dos mais sérios estereótipos" (em depoimento a "Cultne DOC - Lélia Gonzales - Pt. 1") 5) Quem trabalha por aqui"O que existe no Brasil, efetivamente, é uma divisão racial do trabalho. Por conseguinte, não é por coincidência que a maioria quase absoluta da população negra brasileira faz parte da massa marginal crescente." (em depoimento na Segunda Conferência Anual do African Heritage Studes Association, de 1979) *** INSPIRADORA... Vitória Rodrigues, de 18 anos, rompeu fronteiras. De São João de Meriti, no Rio de Janeiro, ela testemunhou um tiroteio dentro da própria escola. Traumatizada, decidiu escrever um email pedindo ajuda à Unicef, que enviou orientações. Foi nesse momento que ela descobriu poder mudar a realidade de onde vive. Ecoa conta mais sobre a história da jovem que quer ser a mais conhecida da Baixada Fluminense. *** CASO ISOLADO?... Quase três anos após o caso de George Floyd, outro homem negro foi brutalmente assassinado pela polícia nos Estados Unidos. O espancamento causou comoção nacional e protestos na cidade de Memphis. Tyre Nichols, de 29 anos, foi agredido até a morte por cinco policiais, todos negros, quando seu carro foi parado a apenas 70 metros de sua casa. Os agressores mentiram sobre ter havido um confronto com o rapaz. FEMINICÍDIO... Ruth Guimarães (1920-2014), Solano Trindade (1908-1974), Carlos de Assumpção, de 95 anos, Carolina Maria de Jesus (1914-1977) e Conceição Evaristo, de 76 anos, eram os autores negros indicados pela estudante de jornalismo Janaina da Silva Bezerra em um trabalho de faculdade. A estudante foi morta em Teresina (PI), após ser estuprada e ter o pescoço quebrado. Notícias conta que ela foi a primeira pessoa da família a entrar na universidade. *** AH, O CALOR... No último sábado (28) foi a vez da influenciadora Juliana Luizê se jogar no UOL no Verão, evento pé na areia com diversas atividades físicas, que ocorre até 12 de fevereiro, em São Paulo. Ela jogou vôlei e contou à reportagem de VivaBem o que tem feito para perder peso com saúde. Algumas dicas: beber muita água e reduzir o consumo de sal. *** |
Nenhum comentário:
Postar um comentário