Geralmente eu chego no último dia do mês com a news já escrita, mas como ontem era um dia importantíssimo para o futuro da humanidade e de toda a galáxia, deixei para escrevê-la somente depois de saber o resultado das eleições. Obviamente fiquei bêbado e não deu para escrever ontem, e com o trabalho hoje me restou essas poucas horas para ainda mandar a news dentro do prazo. Porém, chego não só com poucas horas, mas também sem muito o que dizer. As urnas disseram tudo e nada parece ser mais importante ou relevante que isso nesse momento. Vamos voltar a ter alguém sério na presidência, ter relações diplomáticas com outros países, acabar com a mamata dos militares no governo e viver como um país que vive no presente. Que domingo tenso, e que bela vitória. Lembrei do que escrevi na news pós eleições 2018. O título daquela edição era “devaneios sobre o fim desse mundo” e nela discorri sobre como a vitória do Bolsocoiso não era o final de tudo, mas um último respiro de um mundo antigo que resistia (e ainda resiste) em se atualizar. Não sou cientista político, economista, sociólogo ou algo do tipo, mas é óbvio que os últimos 10 anos marcaram uma mudança como nenhuma outra desde meados do século passado. Se o mundo viveu certa estabilidade na forma como as coisas se organizavam da segunda guerra até 2010-2015, desde então temos visto um outro cenário: minorias requisitando seu espaço na sociedade, um movimento ambiental muito mais forte e propositivo, um aumento gigantesco nas críticas ao capitalismo, uma quebra do padrão da forma como trabalhamos, entre mil outras coisas. Da linguagem que utilizamos ao uso do petróleo, nada mais é como antigamente. E que coisa linda. O mundo tinha que mudar mesmo. Mas essa troca acontece como uma cobra trocando de pele. Ela vai aos poucos, se livrando da antiga enquanto rasteja para frente. É onde estamos agora. Não nos livramos totalmente da sociedade de 50 anos atrás e talvez demore uns bons anos para estarmos somente de pele nova por aí. Essa semana, numa conversa sobre mudanças, uma amiga me mandou um poema: Não que ideias sejam facilmente esquecidas. Tirando o Google Wave, toda outra ideia que a humanidade já teve ainda tem, pelo menos, 10 seguidores. Mas talvez o pico da resistência do mundo antigo tenha sido esses últimos 4 anos. E se o poema imita a realidade, o pior pode mesmo já ter passado. Muito otimismo?
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segunda-feira, 31 de outubro de 2022
Links do mês #079 e o otimismo de um otimista
Partido ao meio, país dá seu primeiro passo de volta ao trivial
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