Bom dia! Como vai essa quarta-feira de cinzas? Ok, a gente sabe que a folia não esteve nas ruas (quer dizer, não oficialmente), mas o feriado veio aí, com blocos clandestinos e notícias de uma nova guerra em curso. Para você que ficou de molho e quer saber o que perdeu enquanto estava pulando o Carnaval, preparamos um especial para entender os mecanimos que explicam a operação militar russa e suas motivações. O jornalista Jamil Chade esteve nas bordas do antigo império soviético para mostrar como, mesmo 30 anos depois do fim da URSS, as fronteiras continuam a ser desenhadas. Também trazemos notícias de outra divisa, desta vez entre Brasil e Venezuela, e da folia que um padre exorcista promoveu entre os fiéis — o chamado "Carnaval de Cristo". Suba aí no nosso trio! Nova guerra, antiga disputa A história do colapso da URSS não acabou. A operação militar russa contra a Ucrânia é mais uma ofensiva para lidar com um capítulo mal resolvido do final da Guerra Fria. Ao longo dos últimos 15 anos, o correspondente Jamil Chade esteve nas bordas do antigo império, onde a instabilidade é rotina para milhões de pessoas e as fronteiras ainda parecem estar sendo desenhadas, a um custo humano doloroso. Entenda mais sobre esse jogo de "War" aqui. Entre paredão e mísseis Falando na guerra, muitos brasileiros se informaram sobre os ataques na Ucrânia entre um post sobre BBB e outro sobre o novo visual de Whindersson Nunes. Reflexo da forma com que muitos brasileiros se informam hoje em dia, perfis de fofoca nas redes sociais interromperam o noticiário das celebridades para uma inusitada e escorregadia "cobertura de guerra". A "cobertura" carrega algumas controvérsias e o repórter Mateus Araújo conta os bastidores da mudança da linha editorial do "Choquei", um dos perfis de fofoca mais badalados do Brasil. Noite na fronteira Todo começo de noite é assim em Pacaraima (RR), cidade brasileira por onde os venezuelanos entram: mal anoitece e uma fila se forma para que as pessoas possam dormir ali mesmo, de pé ou direto no chão. O repórter Felipe Pereira esteve no limite entre os dois países e mostra que a crise na fronteira pode até ter caído no esquecimento, mas a rotina de sofrimento continua — é o "novo normal". Xô, Satanás! Cerca de duas mil pessoas se reuniram na periferia do Distrito Federal neste fim de semana para curtir um Carnaval abençoado, contrariando os princípios licenciosos da festa pagã. O "Carnaval com Cristo", organizado pelo padre Vanilson Souza, marcou também seu retorno à paróquia, após a Arquidiocese de Brasília o proibir de celebrar missas e expulsar os demônios das pessoas. Sim, Vanilson não é um padre qualquer: é o único exorcista em atuação no DF. Leia aqui. Diz que fui por aí Enquanto seu avô eternizava sambas, Wandré Santos Dias nutria a paixão pela tradição dos mascarados que tomam as ruas do subúrbio do Rio no Carnaval. Um dos responsáveis pelo Coreto, grupo de bate-bolas de Oswaldo Cruz, na zona norte do Rio, Wandré vive múltiplas realidades, muitas cantadas pelo seu avô, o grande sambista Zé Keti, e se divide hoje entre as roupas volumosas e carnavalescas e o trabalho como motorista de Uber. Prazer, Rato Distópico Uma tal Rato Distópico causou sensação nas redes sociais após aparecer como coadjuvante em uma treta da noite, cheia de altos e baixos, envolvendo uma DJ, uma dona de festa em São Paulo, um psiquiatra em surto e drogas sabor morango e baunilha. Você deve ter esbarrado na tal "treta do techno", que virou hit nas redes sociais, mas aqui contamos a história do "cybermano", testemunha ocular da briga e performer em festas eletrônicas, onde, garante, "todo fim de semana tem uma história absurda". 'Eu sei, mas não lembro' O impacto da pandemia na educação ainda é difícil de mensurar, mas a primeira aula de recuperação paralela para alunos do 9º ano na Escola Municipal Sylvia Martin Pires, na zona sul de São Paulo, acende um sinal de alerta. É como se todos compartilhassem a mesma sensação de defasagem ao rever as matérias: sabem do que se trata, mas não lembram o nome. TAB acompanhou algumas aulas, onde a pergunta mais frequente em sala é: "Como é que diz mesmo?" Mudança de paisagem As pessoas que voltaram a circular por Pinheiros depois da quarentena encontraram um labirinto de tapumes. Ruas inteiras vieram abaixo. Pinheiros é considerado o primeiro bairro de São Paulo, junto de São Miguel Paulista, e hoje é líder das demolições na cidade — reflexo de um processo nada novo (e já bastante adiantado) na capital, onde desaparecem chaveiros e sapateiros e pipocam franquias internacionais e restaurantes gourmetizados. O repórter Rodrigo Bertolotto conta melhor a história dessa mudança de paisagem (e sobre a força que ergue e destrói coisas belas). |
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