Olá, investidor. Os mercados internacionais operam sem tendência única na manhã desta quarta-feira (5), com investidores divididos entre a perspectiva de recuperação da economia global neste ano e o receio com a política monetária norte-americana. Nos EUA, a expectativa é de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) adote uma postura mais agressiva no combate à inflação, reduzindo gradualmente o volume de compras de títulos públicos e aumentando os juros. Apesar de importantes para frear a alta dos preços na maior economia do planeta, essas medidas têm impacto negativo sobre o custo do crédito e sobre a atividade econômica, e inspiram cautela nos investidores, que temem uma desaceleração da atividade econômica neste ano, resultando em resultados mais fracos das empresas. Além disso, a alta dos juros aumenta a atratividade dos investimentos mais conservadores, como a renda fixa, e prejudica empresas que possuem uma forte dependência do crédito para financiar suas atividades. Sendo assim, cresce a aversão ao risco nos mercados norte-americanos, o que faz com que os principais índices de ações percam o fôlego, com ações de tecnologia em queda. Na Europa, as Bolsas operam majoritariamente em alta, com investidores empolgados com a perspectiva de recuperação econômica em 2022, e notícias sobre a variante ômicron do coronavírus seguem no radar. Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente em queda, acompanhando o mau humor predominante em Nova York. Os papéis de empresas de tecnologia sofreram perdas significativas após o governo chinês anunciar multas a várias das maiores empresas de internet do país por violação de leis antitruste. E por aqui, o que esperar?Por aqui, a perspectiva de aumento do gasto público no ano eleitoral se soma à cautela com a perspectiva de política monetária contracionista nos Estados Unidos, trazendo instabilidade ao Ibovespa. Investidores acompanham os protestos de servidores públicos reivindicando reajustes salariais, que passam a contar com a adesão de um terço dos funcionários na ativa do Banco Central (BC), de acordo com dados do sindicato. Com a agenda de indicadores domésticos esvaziada, o mercado monitora os juros dos Treasuries [títulos do Tesouro americano], à espera das atas da última reunião de política monetária dos EUA, que podem trazer indícios da possível antecipação da alta dos juros no país. Leia no "Investigando o Mercado" (exclusivo para assinantes do UOL Economia Investimentos): análise sobre a Apple atingindo o recorde de US$ 3 trilhões em valor de mercado, e a aquisição de hospital pela Kora Saúde. Um abraço, Felipe Bevilacqua Analista de Investimentos de Levante CNPI - Analista certificado pela Apimec Gestor CGA - Gestor de Fundos certificado pela Anbima Administrador de Recursos e Gestor autorizado pela CVM Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br. |
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