Olá, investidor. Os mercados internacionais operam em queda nesta quinta-feira (6), após a ata da última reunião do Federal Open Market Committee (Fomc, comitê de política monetária dos EUA) trazer um tom mais duro do que o esperado, sinalizando a aceleração do aperto monetário na maior economia do planeta. A ata reforça as apostas na antecipação do fim do programa de compras de ativos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), medida adotada para aumentar a liquidez da economia norte-americana, que deve ocorrer em março. Além disso, o mercado tem atrelado a antecipação da alta da taxa de juros dos Estados Unidos (federal funds) ao fim do programa de compras de ativos, o que significa que o ciclo de alta pode ser iniciado já em março deste ano. Caso esse cenário se concretize, o mercado estima que devem ocorrer quatro elevações dos juros ao longo do ano, cada uma de 0,25 ponto percentual, levando a taxa de 0% para 1% ao ano no final de 2022. A postura mais dura se deve ao contexto de desemprego em patamares historicamente baixos e inflação em níveis preocupantes nos EUA. Em um cenário de cortes de estímulos e juros em alta nos EUA, investidores tendem a se tornar menos propensos ao risco, e os títulos públicos norte-americanos, bem como outros ativos de renda fixa, se tornam mais atrativos com relação aos ativos de renda variável. Em adição a isso, no mercado de ações, investidores tendem a preferir empresas de setores mais tradicionais da economia, com modelos de negócio consolidados e resultados sólidos, como bancos e empresas ligadas a commodities, em detrimento de companhias com alto potencial de crescimento, normalmente ligadas ao setor de tecnologia. De olho na política monetária norte-americana, as Bolsas de Valores da Europa operam majoritariamente em queda. Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente em queda, acompanhando o mau humor predominante em Nova York. As perdas foram mais intensas na Bolsa de Tóquio, enquanto o índice Hang Seng, de Hong Kong, conseguiu driblar o mau-humor e fechou em alta. E por aqui, o que esperar?Por aqui, a piora de humor internacional soma-se aos fatores domésticos que já vinham trazendo volatilidade à Bolsa nos últimos dias, como as greves de servidores públicos reivindicando reajustes salariais e a carta do guru econômico do ex-presidente Lula, o ex-ministro Guido Mantega, criticando medidas de responsabilidade fiscal. Na véspera, o Ibovespa se aproximou dos patamares mais baixos registrados em 2021, e pode perder a marca de 100 mil pontos no pregão de hoje, caso o tom negativo perdure. As cotações do petróleo no mercado internacional seguem no radar dos investidores, mas riscos políticos devem limitar possíveis ganhos de empresas do setor. No 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes do UOL Economia Investimentos): informações sobre a fusão entre Hapvida e Intermédica e os movimentos da gigante chinesa de tecnologia Tencent Um abraço, Felipe Bevilacqua Analista de Investimentos de Levante CNPI - Analista certificado pela Apimec Gestor CGA - Gestor de Fundos certificado pela Anbima Administrador de Recursos e Gestor autorizado pela CVM Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br. |
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