Todo começo de ano é igual. Surgem em tudo quanto é tipo de lugar textos sobre as tendências tecnológicas que vão impactar o mercado nos próximos 12 meses. Com certeza, você já deve ter lido algo assim nos últimos dias. O colunista Ricardo Cavallini, de Tilt, decidiu que não vai fazer previsões neste ano. Para ele, que é autor de 6 livros que abordam tecnologia, negócios e comunicação e professor da Singularity University, esses textos são o equivalente corporativo dos programas de TV entrevistando videntes e sensitivos em geral. Além disso, ele aponta três motivos pelos quais deveríamos ignorar todo texto sobre tendências ou tecnologias que vão bombar em 2022. 1. A mudança é uma constante Segundo Cavallini, buscar as tendências para 2022 é não perceber que a única constante é a mudança. As coisas estão mudando todos os anos — e mudando rápido. Ter um planejamento anual é correr atrás do próprio rabo. Mesmo o tal "novo normal" que foi tendência há pouco tempo era, antes de tudo, um risco de entendimento. É óbvio que a pandemia gerou necessidades de mudanças emergenciais, mas acreditar que só precisamos nos adaptar a um novo cenário ignora que o cenário está em constante mudança. E cada vez mais rápido. Se a constante é mudança, mais do que aprender a nova tendência, é preciso ter uma estratégia de aprendizado contínuo. Qual seu plano de aprendizado? Como você e sua empresa estão trabalhando para isso acontecer? 2. O maior impacto vem de tendências antigas As tecnologias de maior impacto não são novas. Impressão 3D, inteligência artificial, internet das coisas. Nada disso é novo, porém nada disso tem o mesmo apelo que falar sobre NFT, Metaverso ou 5G. Na maioria das vezes, tecnologias exponenciais têm impacto maior justamente quando não estão na moda. 3. Tem muita empresa que não resolveu o básico O que era tendência ou novidade há 2 ou 3 anos pode estar neste momento em um estágio de penetração ou maturidade para causar grande impacto. E pode apostar, boa parte das empresas e profissionais ainda não estão em dia com o que não é mais novidade. Para dar um exemplo, como sabemos, a pandemia gerou uma onda enorme de mudança. Mas na emergência, empurramos muita coisa para debaixo do tapete. Cuidamos do emergencial mas isso é bem diferente de dar isso como resolvido. A escola dos nossos filhos está voltando as aulas presenciais mas ignorando os benefícios das aulas online. Deveríamos discutir um modelo híbrido ou ninguém quer falar sobre o assunto? No e-commerce temos uma leva de novos consumidores que estão fazendo compras pela primeira vez, estamos atendendo esse povo da maneira correta? Para tudo isso, existe uma curva de aprendizado e um vai e volta de adaptação e amadurecimento. Ainda tem muita empresa que não resolveu o básico. E muitas estão implementando novidades sem fazer direito. O próprio aprendizado contínuo já não é mais uma novidade mas é cada vez mais relevante. Sua empresa já resolveu isso? E você enquanto profissional? Já tem uma estratégia e já está executando um plano de ação para se manter sempre em dia? Se não está, Cavallini dá uma dica, não comece pelos artigos sobre tendências e tecnologias de 2022. |
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