Essa planta garante proteção dois em um para a saúde da mulher  | Lara Gabriela Cerqueira, Nutricionista especializada em Fitoterapia |
Olá, como você está hoje? Tem gente que acha normal que uma mulher mais velha desenvolva "sintomas estranhos" ou se sinta mal, sem energia, sem libido… Quantas vezes eu já não atendi pacientes que relatam palpitações ou tonturas e ainda dizem "Ah, Lara, mas isso é normal, né, é da menopausa". E hoje eu vim te contar que não, não é normal! E a origem desses sintomas não necessariamente é a menopausa. O que mais me assusta é essa naturalização do adoecimento. Achar que adoecer faz parte do envelhecimento feminino coloca muitas mulheres no perigoso caminho das doenças cardíacas e circulatórias. E isso não é só a minha impressão clínica! Uma pesquisa recente, divulgada agora em 2021 pela European Society of Cardiology, mostrou que é comum que os sintomas da hipertensão sejam confundidos com a menopausa em mulheres de meia-idade. O problema, segundo o estudo, é que existem vários fatores de risco na vida de uma mulher que deveriam manter os profissionais de saúde atentos ao diagnóstico e tratamento da pressão alta. O estilo de vida é um deles, e isso acontece com homens e mulheres, mas existem questões específicas da saúde da mulher, como a hipertensão durante a gravidez e a menopausa precoce. Esses dois são fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de problemas cardíacos e até cognitivos quando essa mulher chegar na idade mais avançada. Além disso, a tão falada terapia hormonal, que a indústria farmacêutica se esforça para vender como se fosse a única opção para trazer alívio aos incômodos da menopausa, não é recomendada para muitas mulheres — e pode inclusive ser arriscada. O estudo da European Society of Cardiology reforça a importância de avaliar a saúde cardíaca antes de começar tratamentos hormonais. Isso porque os hormônios usados nesse tipo de reposição não são indicados para mulheres com alto risco cardiovascular ou após um acidente vascular cerebral, ataque cardíaco ou coágulo sanguíneo. E isso que eu nem entrei no "detalhe" de como são feitos esses hormônios sintéticos… Você já viu o vídeo em que a Dra. Denise de Carvalho, minha colega aqui na Jolivi, explica que muitos desses hormônios são feitos, na verdade, com hormônios de égua? É bem assustador. Depois corre lá pra ver. Certo, mas então você me pergunta: e como eu sei se a minha pressão está desregulada por conta da menopausa ou por um problema cardíaco? A planta dois em um para a saúde da mulher A menopausa de fato causa um turbilhão de alterações no corpo feminino. São vários hormônios em ebulição — e a Dra. Denise explica isso melhor do que eu — e de fato podem ocorrer alterações vasculares.  Mas é preciso prestar atenção a alguns aspectos. Se você já tinha um histórico de pressão elevada na juventude ou se teve hipertensão durante a gravidez, vale a pena fazer um check-up cardíaco. Mulheres sedentárias também devem prestar muita atenção. O simples fato de ser sedentário já liga um alerta para possíveis problemas cardíacos (em qualquer gênero), mas o pior é que a reposição hormonal também não é indicada para esse grupo — e pode trazer alterações e picos de pressão. O grande problema de confundir a hipertensão com a menopausa é justamente a naturalização. Se você achar que uma palpitação é algo normal quando na verdade é o seu coração te avisando que precisa de ajuda, pode ser que isso exploda dentro de alguns anos na forma de um infarto ou parada cardíaca. A amora é uma boa opção para ajudar com os dois problemas: a menopausa e a hipertensão! Essa frutinha é mesmo maravilhosa. Mas aqui estou falando da árvore como um todo. As folhas da amoreira são usadas para reposição hormonal. Elas são uma ótima opção para o combate aos calorões do climatério e tem seu uso popular bastante consolidado, ainda que faltem estudos científicos a respeito de seus mecanismos de ação. De quebra, ainda ajudam a manter a glicemia sob controle. Já as frutas podem ser consumidas para turbinar a saúde cardiovascular, pois são ricas em compostos antioxidantes, que ajudam a regular a pressão arterial. Então, se você já chegou na menopausa e está sofrendo com palpitações e fogachos, sugiro que faça um check-up cardíaco e plante um pé de amora no quintal (ou em um vaso). Assim você tem um suprimento garantido de folhas e frutos! Para fazer o chá, use 2 gramas de folhas secas a cada 200 ml de água. Deixe em infusão por 5 minutos e beba essa dose 3 vezes ao dia, por no máximo 30 dias. Após esse período, seu corpo pode se adaptar, então é preciso fazer o revezamento para outra substância natural. A Dra. Denise de Carvalho apresentou várias opções no Workshop Superando a Menopausa. As pesquisas realizadas com a amora indicam que seu risco é bastante seguro. Porém, sua segurança não foi analisada em crianças e mulheres grávidas ou em período de lactação. Por isso, seu uso não é indicado nesses casos. A frutinha você pode comer à vontade — ela faz parte do poderoso grupo das berries, que é uma das minhas recomendações no Projeto Pressão 12x8! Te vejo na próxima,  Referências bibliográficas: - Sociedade Europeia de Cardiologia. Sintomas de hipertensão em mulheres muitas vezes confundidos com menopausa. ScienceDaily, 26 de janeiro de 2021.
- Ministério da Saúde e Anvisa. Monografia da espécie Morus nigra L. (Amoreira). Brasília, 2015.
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