segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Você solta muito PUM?

O segredo escondido em um doce de coco

 

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Sua Saúde Natural
 
 

  Despreze o docinho e deixe a especiaria cuidar do seu estômago

Lara Gabriela Cerqueira, Nutricionista especializada em Fitoterapia

 

Olá, tudo bem?

 

Se você tem uma digestão ruim, talvez já tenha sofrido depois de uma festa de criança ou evento social com várias comidinhas, buffet de petiscos e a famosa mesa de docinhos.

 

Quando eu penso em festa infantil, logo me vem a imagem de várias crianças sedentas por um brigadeiro, um beijinho ou um olho de sogra. 

 

Depois do parabéns, às vezes acontecia tudo tão rápido que quando você se dava conta só tinham sobrado alguns cravos jogados pela mesa.

 

Sempre torcendo para que os adultos da festa tivessem alguns docinhos guardados — ninguém é de ferro, né? —, muitas vezes eu acabei ficando com alguns desses cravos desprezados pelas crianças.

 

E sabe por quê?

 

O cravo-da-índia, essa especiaria que tradicionalmente enfeita o tão querido beijinho, é uma das minhas recomendações para alunos e pacientes que sofrem com problemas digestivos.

 

Então, se uma comida não cai bem, o cravo é um recurso excelente para a sua digestão. Ele tem atividade antiespasmódica, ou seja, ajuda a reduzir cólicas e aliviar os movimentos intestinais.

 

Por conta disso, ele tem efeito similar ao da simeticona (o Luftal é o nome comercial mais conhecido), ajudando a reduzir a flatulência e acelerar a digestão lenta.

 

 

Isso tudo se deve principalmente à presença de eugenol, uma substância muito poderosa que possui efeito anti-inflamatório e analgésico, dentre outros. O cravo também possui bons níveis de carvacrol e flavonoides. 

 

Esses compostos conseguem oferecer um bom alívio para quem sofre com gases e também ajudam no tratamento de úlceras estomacais, que geralmente são causadas por fatores como estresse, infecção e genética.

 

Um estudo publicado no Nigerian Quarterly Journal of Hospital Medicine constatou que o extrato de cravo-da-índia ajudou a tratar úlceras do estômago e teve efeitos similares aos de medicamentos anti-úlcera como o plasil. 

 

Então, se todas as comidinhas da festa infantil não caíram muito bem, já na hora uma opção é mastigar um dos cravos do beijinho. Isso libera o eugenol presente no cravo e ajuda a proteger seu estômago.

 

E talvez seja uma boa ideia dispensar um segundo docinho.

 

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Bônus: ajuda a regular o açúcar no sangue

 

Porém, se você é dos que não resiste ao segundo docinho, ou se tem diabetes,  o cravo também pode te ajudar. Seus compostos ajudam a manter os níveis de açúcar no sangue sob controle. 

 

Segundo um estudo, publicado no Journal of Natural Medicines , o extrato de cravo aumenta a captação do açúcar do sangue pelas células. Ele também eleva a secreção de insulina e age para melhorar o funcionamento das células que produzem a substância.

 

A insulina é um hormônio responsável por esse transporte do açúcar do sangue para as células. Seu bom funcionamento é essencial para manter níveis equilibrados de açúcar no sangue.

 

Além de mastigar o cravo, que pode ter um sabor forte, outra opção é fazer um chá. Para preparar, use alguns cravos inteiros (ou cerca de 2 gramas de cravo em pó) para cada 300 ml de água. 

 

Deixe o cravo em decocção por 10 minutos. Desligue o fogo e deixe em infusão por mais 5 minutos. Em caso de dúvida sobre o preparo do chá, confira o meu Tutorial do Chá Perfeito. 

 

Eu trouxe mais detalhes sobre o chá de cravo na edição deste mês da série mensal Plantas & Bem-estar. 

 

Você pode tomar entre 300 e 600 ml de chá por dia (2 a 4 g de cravo); se usar o cravo em pó, tome 150 ml por dia (1 g por dia ). 

 

Só não use esse chá por mais de 15 dias seguidos, ok? Além disso, o chá de cravo é contraindicado para gestantes e lactantes.

 

Inclusive, se quiser mais dicas sobre saúde natural, deixo um convite para que você conheça o infovital,  um novo site sobre saúde e bem-estar. Para não perder nenhum novo conteúdo, você pode assinar a newsletter do site clicando aqui.

 

Te vejo na próxima,

  

 

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Referências bibliográficas:

  • Santin, José Roberto et al.. Gastroprotective activity of essential oil of the Syzygium aromaticum and its major component eugenol in different animal models. Naunyn-Schmiedeberg's Archives of Pharmacology; vol. 383,2 (2011): 149-58. doi:10.1007/s00210-010-0582-x 
  • Agbaje, E. O.. Gastrointestinal effects of Syzigium aromaticum (L) Merr. & Perry (Myrtaceae) in animal models. Nigerian Quarterly Journal of Hospital Medicine; vol. 18,3 (2008): 137-41. doi:10.4314/nqjhm.v18i3.45015
  • KURODA, M. et al.. Hypoglycemic effects of clove (Syzygium aromaticum flower buds) on genetically diabetic KK-Ay mice and identification of the active ingredients. Journal of Natural Medicines; vol. 66,2, 2012: 394-9. doi:10.1007/s11418-011-0593-z.
 
 
 
 

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