2 alívios naturais para esse aperto no peito | Giovanna Tavares , Editora |
Oi, tudo bem? Peço desculpas antecipadamente pela pergunta um pouquinho "indiscreta" que farei agora: você já sentiu raiva de algo ou alguém hoje? Pode ser um incômodo recente ou mesmo uma mágoa do passado, não importa. É provável que você tenha respondido que sim, e acredite, isso é absolutamente normal. Afinal, não estamos vivendo uma fase tão feliz e tranquila nos últimos tempos, não é mesmo? Então, fica fácil deixar aflorar sentimentos como raiva, frustração, indignação, tristeza, pesar, rancor… Apesar de serem sentimentos humanos, e até compreensíveis, quem paga esse preço é um músculo que, dia e noite, dá duro para manter tudo dentro de você funcionando. O coração. É um órgão tão discreto, e que faz tanta coisa, que a gente nem imagina o que ele é capaz de suportar, ou até mesmo como ele é afetado por toda a mágoa e rancor que às vezes nós carregamos dentro do peito. E como aqui na Jolivi nós falamos muito sobre prevenção e estratégias de tratamento que vão além da prescrição de medicamentos, é urgente que você, que já enfrentou um infarto, AVC, insuficiência cardíaca, ou qualquer outro problema no coração, reflita sobre como as suas emoções podem estar extrapolando este órgão tão importante. Vamos exercitar o perdão hoje? Perdoar, independentemente do alvo do perdão ser uma pessoa ou uma situação, não é nada fácil. Eu sei. Exige humildade, abertura e, acima de tudo, amor. E se é muito difícil fazer pelos outros, que tal por você mesmo? Afinal, perdoar a si próprio também não é tarefa das mais simples, mas é igualmente positiva para a saúde do organismo e também do coração. Quem me contou sobre isso - e aos seus assinantes do Saúde Transformadora - foi o Dr. Mikhael Marques, para quem a espiritualidade (e nisso entra a capacidade de perdoar) também configura um pilar de tratamento do organismo. E a ciência confirma o conhecimento do nosso especialista. Olha só: a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o Instituto de Psiquiatria (IPq) da USP, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e o Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde (Nupes) têm investigado o quanto as emoções do paciente auxiliam na cura de doenças físicas e psíquicas. Eles já têm algumas pistas: quem perdoa menos e ressente mais está mais suscetível a ter problemas cardíacos . E a raiva acumulada, junto com mágoa e outros sentimentos negativos, por assim dizer, pode ter relação com diabetes e até câncer. Você já parou para refletir como um pensamento negativo e destrutivo pode ser um obstáculo para a recuperação do seu coração? Ou como o simples hábito de agradecer pela dádiva da vida e perdoar quem lhe causou algum mal um dia, verdadeiramente, são gestos que podem diminuir a sua pressão arterial? A ciência está repleta de exemplos desse tipo, no Brasil e no mundo. Uma meta-análise da University College London , realizada em 2009, sugeriu que sentimentos de raiva e hostilidade estão ligados a um aumento no risco de doenças cardiovasculares, seja em pessoas saudáveis ou entre grupos de risco. Existe uma explicação lógica por trás, claro. Não ser capaz de perdoar aumenta sentimentos de raiva, mágoa e estresse. E esse estresse, que deixa de ser algo pontual e se torna crônico, ou seja, sem interrupção, é que vai prejudicar o coração. Cortisol e adrenalina, que são os hormônios liberados pelas glândulas adrenais em momento de estresse, têm efeitos bem importantes no corpo: eles aceleram os batimentos cardíacos, contraem os vasos sanguíneos, aumentam a liberação de glicose no sangue e até interrompem a produção de algumas células do sistema de defesa. E o perdão entra como o antídoto perfeito para essa reação em cascata. Um estudo publicado em 2016 no Annals of Behavioral Medicine, com mais de 330 pessoas com idades entre 16 e 79 anos, mostrou exatamente isso. Os pesquisadores descobriram que, independentemente da idade, as pessoas que eram capazes de perdoar experimentaram uma diminuição na percepção de seu próprio estresse. E essa redução também aliviou o sofrimento psicológico. Além de perdoar, o que mais você pode fazer pelo seu coração? Ações isoladas não fazem milagres, você já sabe disso, certo? Mas dar um passo por vez certamente é melhor do que não fazer nada. Você pode começar, então, trabalhando esses sentimentos que estão guardados dentro do peito. Pode ser com ajuda profissional, como de um terapeuta, ou até mesmo com ferramentas de meditação. Mas tem mais uma coisa que pode ajudar a dar força para o seu coração, principalmente em momentos tão turbulentos. Estou falando da Coenzima Q10 (ou Coq10), também chamada de ubiquinona, que está presente naturalmente em nossas células, inclusive no coração. Esta substância atua como um importante antioxidante, neutralizando os radicais livres que enrijecem as artérias. A Coq10 também é fundamental para o metabolismo do músculo cardíaco, garantindo que o seu coração não pule uma batida sequer. Uma análise conduzida por pesquisadores da Universidade do Texas, em Austin, mostrou que níveis mais baixos de CoQ10 no coração aumentam risco e gravidade de infarto, insuficiência cardíaca e por aí vai. Outro estudo, dessa vez liderado por uma universidade na Itália, mostrou que comparada ao placebo, uma suplementação de CoQ10 é capaz de reduzir o risco de internação por insuficiência cardíaca e suas complicações, como edema pulmonar e asma cardíaca. Em resumo: quanto mais Coenzima Q10, melhor para você e para o seu coração. Nessa semana, tivemos um baita bate-papo sobre a saúde do coração nas redes sociais da Jolivi e do infovital , com a participação de médicos e especialistas em saúde integrativa que trouxeram boas dicas do que podemos fazer para ter um coração verdadeiramente blindado. Você pode assistir ao seminário na íntegra ou ler um resumo do evento clicando aqui. Inclusive, se você não quer perder nenhum novo conteúdo sobre saúde, com orientações dos nossos especialistas, clique aqui e assine a nossa newsletter, combinado? E, claro, lembre-se de agradecer ao seu coração por tudo o que ele suporta. Ele merece. Um abraço e até a próxima! | [Vídeo] Quais plantas são melhores que remédios? | | Você já ouviu falar no suco refrescante que pode aliviar o refluxo? E no chá que tem poderosos efeitos anti-hipertensivos? Neste vídeo revelador, a nutricionista Lara Gabriela Cerqueira, professora especializada em fitoterapia, revela tudo sobre o mundo das plantas medicinais. Clique aqui e assista agora. | | Referências: - Chida, Yoichi, and Andrew Steptoe. "The association of anger and hostility with future coronary heart disease: a meta-analytic review of prospective evidence." Journal of the American College of Cardiology vol. 53,11 (2009): 936-46. doi:10.1016/j.jacc.2008.11.044
- Loren L. Toussaint, PhD, Grant S. Shields, MA, George M. Slavich, PhD, Forgiveness, Stress, and Health: a 5-Week Dynamic Parallel Process Study, Annals of Behavioral Medicine, Volume 50, Issue 5, October 2016, Pages 727–735, https://doi.org/10.1007/s12160-016-9796-6
- Folkers, K et al. "Biochemical rationale and myocardial tissue data on the effective therapy of cardiomyopathy with coenzyme Q10." Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America vol. 82,3 (1985): 901-4. doi:10.1073/pnas.82.3.901
- Morisco, C et al. "Effect of coenzyme Q10 therapy in patients with congestive heart failure: a long-term multicenter randomized study." The Clinical investigator vol. 71,8 Suppl (1993): S134-6. doi:10.1007/BF00226854
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