O procurador Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sergio Moro usaram um aplicativo de mensagens para debater sobre o sigilo de uma ação da PF (Polícia Federal) em que constava um relatório sobre acervo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Menos de uma hora e meia após a conversa, Moro fez o despacho suspendendo o sigilo do caso, conta o repórter Nathan Lopes. A discussão aconteceu em março de 2016, quando o nome do ex-presidente era especulado para assumir o Ministério da Casa Civil no governo de Dilma Rousseff (PT). Dallagnol disse a Moro temer que a nomeação impedisse a suspensão do sigilo, uma vez que Lula passaria a contar com foro privilegiado. Procurados, Moro e MPF (Ministério Público Federal) não se manifestaram. Em nota divulgada na segunda-feira (1º), o ex-juiz reiterou não reconhecer a autenticidade das mensagens. Em 11 de março de 2016, por volta das 16h, Moro disse a Dallagnol: "A PF deve juntar relatório preliminar sobre os bens encontrados em depósito no Banco do Brasil. Creio que o melhor é levantar o sigilo dessa medida. Abri para manifestação de vocês [força-tarefa da Lava Jato], mas permanece o sigilo. Algum problema?". O sigilo era referente a um pedido de busca e apreensão contra Lula em caixas nas quais havia presentes recebidos por Lula ao longo de seus dois mandatos. A PF pediu então para fazer uma busca adicional para avaliar as caixas. Entre o horário da mensagem e o despacho de Moro que suspende o sigilo, passaram-se apenas uma hora e 25 minutos conforme cruzamento feito pelo UOL.
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