"A maneira mais rápida de acabar com uma guerra é perdê-la" - frase de George Orwell, escritor inglês que inspirou a criação do "Big Brother" Nada uniu o brasileiro nos últimos tempos como a eliminação de Karol Conká, ex-participante do BBB 21, que deixou o reality com 99,17% dos votos. O comportamento abusivo da cantora dentro da casa levantou um debate sobre cancelamento - Conká excluiu e "torturou psicologicamente" o ex-colega Lucas Penteado. Mas, agora, com ela fora do programa, será que aprendemos a lição ou vamos aplicar contra ela os mesmos métodos punitivistas que tanto criticamos? Reunimos algumas reportagens de Universa sobre o assunto. - Não, não estamos passando pano para as atitudes da cantora curitibana no reality. Ela errou, foi agressiva e tóxica. Mas, ainda assim, é preciso lembrar que o BBB é um programa de televisão. O que acontece lá dentro pode não ser um reflexo da vida aqui fora. Conká é uma boa pessoa? Ou má? Não cabe a gente responder, mas o certo é que ela precisa ser defendida de ataques após o Big Brother, como explica melhor a nossa colunista Nina Lemos neste texto. - A psicanalista Natália Zuccala vai além na análise da pressão pública que Conká está enfrentando. Para a psiquiatra, o programa reforça uma lógica punitivista de levar a vida, e tenta excluir do convívio social aqueles que erram - como foi o caso de Karol. Em um trecho do texto, Zuccala questiona: "Acreditamos que as pessoas devem pagar com a adequação de seus corpos pelas suas atitudes incômodas, ainda mais quando esses corpos são femininos e negros. Sendo assim, estamos mandando Karol fazer terapia para que ela sofra menos ou para que nos incomode menos? Queremos que ela possa ser mais feliz ou que se adeque aos nossos padrões de comportamento?". Leia a íntegra da coluna clicando aqui. - Mandar Conká fazer terapia foi uma das críticas mais feitas à cantora. Estamos fazendo isso por empatia ou por vingança? Esta "ordem", inclusive, tem um tom machista, como aborda Nina Lemos no artigo "Até quando mulher que erra será louca que precisa se tratar"?
- Antes de tudo, é preciso lembrar que Conká, Nego Di, Projota, ou qualquer outro participante que está sendo considerado "vilão" do BBB, são pessoas com trajetória de vida e de luta para além do reality show. Neste texto, reunimos 10 motivos por que Karol ainda por "tombar" você - ela é uma mãe dedicada, uma mulher que luta pela liberdade sexual de outras, sem medo de quebrar padrões e (é claro) o fato dela ser uma "it girl" por natureza. Veja! - E, para encerrar a News desta semana, trazemos uma reflexão: o cancelamento é um termo novo, mas mulheres inspiradoras como Elis Regina com certeza seriam canceladas hoje em dia. A cantora viveu muitos episódios controversos, como uma apresentação em que cantou o hino nacional para militares durante a Ditadura. Em sua última entrevista, Elis pediu desculpas pelos erros e hoje, o que resta do legado dela, é uma mensagem positiva. Todas estamos sujeitas à falha, mas, ainda assim, criticar um comportamento e reproduzi-lo como forma de acabar com o mal não é uma saída lógica. A ativista Monique Evelle comenta o assunto e analisa como a sociedade não permite que a mulher negra erre.
Semana que vem nos vemos novamente por aqui, no mesmo horário, neste mesmo endereço de e-mail.
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