Um ano após o Brasil registrar seu primeiro caso do novo coronavírus, a Prefeitura de São Paulo continua realizando poucos testes de covid-19 em sua população em comparação com outras grandes cidades do mundo, aponta reportagem de Wanderley Preite Sobrinho. Pesquisa feita a pedido do UOL indica que a taxa de testes da capital paulista é menor do que as de cidades como Paris, Nova York, Madri, Lima e Buenos Aires. O baixo índice de testagem é apontado como a principal razão para que 770 mil moradores da cidade estejam neste momento sendo monitorados pela prefeitura como casos suspeitos —são pessoas que recorreram a hospitais e postos de saúde, mas voltaram para casa sem realizar o teste. Ao todo, 19.559 pessoas morreram de covid-19 na capital paulista desde o início da pandemia segundo balanço da quarta-feira (24). Outros 7.024 casos de falecimento são considerados suspeitos. A Secretaria Municipal de Saúde diz que a testagem está disponível em todas as unidades, "desde que o paciente atenda às recomendações do Ministério da Saúde", que exige encaminhamento médico para o teste. De acordo com a pasta, a rede pública de São Paulo aplicou até o dia 14 de fevereiro cerca de 2 milhões de testes. Esse total significa que São Paulo fez 17.030 exames para cada 100 mil habitantes. De um ranking com 12 cidades e centros urbanos pelo mundo, ela ficou em penúltimo lugar, segundo levantamento feito a pedido do UOL pela Info Tracker, uma plataforma criada pela USP e Unesp para monitorar a pandemia, que colheu dos boletins dos governos locais a quantidade de testes públicos aplicados por lá. A maior diferença proporcional é em relação a Nova York, que aplicou 10,7 vezes mais testes —ou 182.408 para cada 100 mil habitantes, equivalente a 9,3% da taxa paulistana. Mas os paulistanos também foram menos testados do que grandes cidades em desenvolvimento, como Nova Déli, capital da Índia, Buenos Aires e Lima.
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