Na semana em que os números de óbitos causados pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) no Brasil bateram recorde atrás de recorde, uma boa notícia trouxe esperança de que as coisas possam melhorar. Um estudo publicado na revista especializada Cell indica que entre 40% e 60% das pessoas poderiam ser resistentes ao vírus mesmo sem terem sido expostas a ele. Isso seria possível graças à chamada "imunidade cruzada" — quando adquirimos imunidade por conta de uma primeira infecção e nos tornamos protegidos contra outros agentes infecciosos que tenham estrutura celular semelhante. Neste caso específico, os médicos acreditam que o contato no passado com outros coronavírus causadores de resfriados comuns poderia criar essa barreira natural contra o novo micro-organismo. A hipótese ainda precisa ser comprovada, mas pode ser um grande alívio saber que muitas pessoas já possuem algum tipo de imunidade contra o vírus — que já infectou mais de 3.8 milhões de pessoas no mundo e segue avançando no País. E falando em imunidade... Com o aumento de testes rápidos aprovados pela Anvisa nas últimas semanas, muitas pessoas têm feito uma corrida a laboratórios e farmácias em busca de um "atestado de imunidade" -- ou seja, checar se já pegou a doença para se considerar imune. Seria lindo -- mas não é bem assim que a coisa funciona. Segundo Orlando Ferreira, professor e pesquisador da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), os testes de anticorpos costumam ser pouco específicos e geralmente só comprovam que você teve ou não contato com o vírus (isso se feito no período certo, cerca de 12 dias após o início dos sintomas). E tem mais: não sabemos também se esses anticorpos são duradouros --ou seja, podemos produzi-los por um período de tempo específico, mas talvez não para a vida toda. 'Nuvem de cocô' pode transmitir o vírus Sim, você leu direito: um estudo chinês conseguiu isolar o novo coronavírus em forma viável (ou seja, capaz de provocar infecção no organismo) nas fezes de alguns pacientes. Eles especulam, então, que a formação de aerossóis fecais (pequenas partículas, uma espécie de "nuvem de cocô") também seria capaz de provocar a contaminação, especialmente em ambientes com alta carga viral, como hospitais. A situação não é inédita: durante o surto de SARS na China, em2003, famílias de um condomínio residencial acabaram adoecendo mesmo em quarentena. Uma análise posterior mostrou que a forma como o esgoto era armazenado e recolhido no local provocou a formação de aerossóis fecais contaminados --ou a tal "nuvem de cocô"-- e que isso seria provavelmente a fonte de contaminação daquelas pessoas. Na última semana também teve: |
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