Antes mesmo de tomar posse, o novo ministro da Educação, Carlos Decotelli, pediu demissão hoje a Jair Bolsonaro (sem partido). Terceiro titular do MEC (Ministério da Educação) em um ano e meio, o sucessor de Abraham Weintraub exagerou informações em seu currículo acadêmico, foi alvo de críticas e gerou mal-estar no governo. Decotelli é militar da reserva e declarou em seu currículo ser doutor em administração pela Universidade Nacional de Rosário, na Argentina. O reitor da instituição, porém, disse que ele não concluiu a tese. Também afirmou ser pós-doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha, mas a instituição negou a informação. É mestre pela Fundação Getúlio Vargas, com uma dissertação acusada de plagiar outros trabalhos. Segundo a colunista do UOL Thais Oyama, Decotelli também exagerou seus feitos na carreira militar. Ele foi apresentado pelo MEC como "Oficial da Reserva da Marinha", mas, na verdade, pertence à categoria da reserva de Segunda Classe da Marinha —é um "RM2". Isso significa que ingressou sem concurso nas Forças Armadas para um serviço temporário. Com o posto de titular do MEC em aberto, Bolsonaro foi aconselhado por auxiliares e interlocutores a trocar mais dois ministérios: Meio Ambiente e Relações Exteriores. Com isso, tentaria melhorar sua relação com outros poderes. O presidente tem Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, em alta conta, mas eles são considerados problemáticos pela classe política e mesmo por integrantes do governo. Enquanto isso, Bolsonaro pediu que o Gabinete de Segurança Institucional revirasse a vida dos candidatos ao MEC. Estão cotados Anderson Correia, atual reitor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), Renato Feder, secretário de Educação do Paraná, Antonio Freitas, pró-reitor da FGV, Ilona Becskeházy e Sérgio Sant'Anna, ex-assessor do MEC. |
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