"Nós estamos de olho em vocês, estamos todas juntas agora e não vamos aceitar esse tipo de comportamento" Amy Schumer, atriz e comediante americana em post sobre assédio sexual Seria incrível se, depois de movimentos e campanhas como Me Too e Meu Primeiro Assédio, a gente não precisasse mais falar sobre o tema, né? Mas, infelizmente, quase todo dia alguma notícia nova sobre mulheres que sofreram assédio pipoca nas nossas telas. Em Universa, reproduzimos muitos relatos de assédio. E, ao contrário de outros assuntos de que a gente para de falar porque se esgotaram ou porque a gente se encheu deles, assédio é um tema de que é preciso falar. Sempre. Quer saber por quê? Algumas notícias dessa semana ajudam a explicar. 1. Porque acontece desde cedo. A atriz Giovanna Rispoli, 18, no ar na reprise de "Totalmente Demais", contou recentemente, que sofre assédio nas redes sociais desde os 12. "Hoje, por ser mais velha e já uma mulher 'adulta', ainda recebo muitos comentários absurdos, mas não chego a responder. Apenas denuncio e bloqueio", disse Giovanna. Nossa blogueira Nina Lemos escreveu sobre o assunto e sobre como os homens podem ajudar, parando de ser coniventes. 2. Porque acontece desde sempre. Quem também falou sobre o assunto essa semana foi a atriz Betty Faria. Aos 79, Betty recusou o papel de vítima, mas aceitou um outro tão difícil quanto, o de sobrevivente: "Não digo sofri porque não sou vítima, mas passei por muito assédio e soube sobreviver a ele". Ela, é claro, não foi a única do meio: "Todas as mulheres bonitas e gostosas da minha geração passaram por assédio. Com uns, me aborreci, com outros, tomei atitudes mais sérias". 3. Porque as vítimas precisam saber que não são as únicas. Escrevendo sobre o movimento Exposed, que reúne denúncias de assédio no Twitter, nossa repórter Ana Bardella pediu à antropóloga Beatriz Accioly Lins uma análise sobre a importância desse tipo de ação coletiva: "Quando você entende que não é só com você, que não é sua culpa e que isso se trata de uma questão social, começa a construir uma narrativa diferente e sente mais liberdade de expor". 4. Porque os assediadores muitas vezes são poderosos. O caso Harvey Weinstein, ex-produtor de Hollywood que colecionou acusações, de assédio a estupro, dando origem ao movimento Me Too, está aí para provar: muitas vezes é fácil para um homem que assedia calar ou desacreditar uma mulher. Recentemente, vários casos de assédio cometidos por atores famosos vieram à tona: Ansel Elgort e Chris D'Elia foram alguns deles. Eles têm direito a se defender, é óbvio, mas muitas vezes a defesa pública (do famoso e de seus seguidores) acaba por calar possíveis denúncias. 5. Porque tem gente disposta a ouvir e ajudar. O melhor exemplo dos últimos tempos foi o da comediante americana Amy Schumer, que compartilhou seu número de telefone com seus seguidores e incentivou: "Estou aqui para conversar se alguém precisar de algum apoio". Em suas redes sociais, Amy apoiou as vítimas de assédio. "Eu só gostaria de parar para dizer o quão corajosas são as mulheres denunciando os maus tratos que receberam de comediantes ou de homens de qualquer outra profissão. Existem homens bons lá fora. E existem homens que humilham e abusam de mulheres e meninas." |
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