Menos de uma semana após ser nomeado ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli gerou mal-estar no governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Desde quinta-feira (25), quando foi indicado, vieram à tona denúncias de inconsistências em seu currículo acadêmico e de uma acusação de plágio em sua dissertação de mestrado. A posse do sucessor de Abraham Weintraub, marcada para amanhã, foi adiada e o governo está repensando se vai mantê-lo no cargo. Militar da reserva, Decotelli declarou em seu currículo ser economista formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mestre em administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), doutor em administração pela Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, e pós-doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha. O reitor da Universidade de Rosário disse não reconhecer a titulação acadêmica do ministro, pois ele não finalizou o doutorado pela instituição. A FGV disse que vai apurar denúncias de plágio em pelo menos quatro trechos na dissertação de mestrado de Decotelli. A Universidade de Wuppertal negou que o economista tenha feito pós-doutorado lá. O ministro editou seu currículo, mas o estrago já estava feito. O Ministério Público entrou com representação no TCU (Tribunal de Contas da União) para que o órgão adote medidas para apurar possíveis prejuízos ao erário decorrentes da nomeação do novo ministro.
Dentro do governo, a ala militar, responsável por sua indicação, se sente constrangida pelas denúncias, enquanto a ala ideológica trabalha pela derrubada de Decotelli antes mesmo da posse. |
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