Bom dia!
O Banco Central estreia nesta quinta-feira, 27, o Relatório de Política Monetária (RPM), uma versão repaginada do antigo Relatório Trimestral de Inflação (RTI). A mudança vem na esteira do novo regime de meta contínua de inflação, adotado no país desde 1º de janeiro.
Funciona assim: agora, o alvo precisa ser perseguido o tempo todo e só é considerado perdido se a inflação ficar fora da margem de 1,5 ponto porcentual por seis meses seguidos. A partir de julho, quando esse período começar a contar, o RPM terá a missão de explicar o que aconteceu sempre que a meta escapar.
Assim como seu antecessor, o documento seguirá trazendo as explicações do BC sobre suas decisões de política monetária. E mais importante que isso: trará projeções sobre a evolução do cenário econômico, incluindo inflação, atividade, câmbio e juros.
O mercado está atento a dois pontos principais: primeiro, como o BC vê o impacto do dólar alto – na casa dos R$ 5,70 – sobre a inflação. Depois, como projeta os efeitos do aumento dos gastos do governo na economia, especialmente depois do anúncio de que a isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000 custará R$ 27 bilhões aos cofres públicos, com uma compensação parcial.
Falando em contas públicas, ainda hoje o Tesouro divulga o resultado do Governo Central em fevereiro. A expectativa é de um déficit de R$ 30,9 bilhões, depois do superávit de R$ 84,8 bilhões em janeiro.
Mais tarde, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, e o diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, falarão à imprensa sobre o RPM na sede do BC, em Brasília. Até aqui, o tom do colegiado tem chamado atenção pela rigidez. Na terça, a ata do Copom veio carregada de cautela – ou, como o mercado definiu, hawkish –, ao afirmar que o cenário "exige uma restrição monetária maior e por mais tempo do que outrora seria apropriado".
Na agenda desta quinta, também sai o IPCA-15 de março. A mediana de projeções do mercado fala em uma alta de 0,68%, desaceleração em relação aos 1,23% de fevereiro. Já no acumulado de 12 meses, a projeção indica aceleração de 4,96% para 5,30%.
Lá fora, o mundo segue hipnotizado pela guerra comercial de Donald Trump. Durante a madrugada, ele usou sua rede Truth Social para ameaçar a União Europeia com "tarifas em larga escala", caso o bloco se una ao Canadá para retaliar as imposições econômicas dos EUA.
As bolsas americanas abriram o dia sem grandes movimentações no pré-mercado (veja abaixo), enquanto o EWZ, ETF que reflete o desempenho da bolsa brasileira nos EUA, recua 0,45%.
Bons negócios!
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