As redes sociais podem incentivar a radicalização e a violência? Os atos terroristas em Brasília nos apontam que sim. Nesta semana, o colunista Carlos Affonso de Souza, de Tilt, trouxe esta discussão. Para ele, é um erro achar que os terroristas saíram da internet para invadir e depredar prédios públicos — foi o contrário, isso ocorreu nas e para as redes. "Basta ver a quantidade de vândalos fazendo live e gritando palavras de ordem não para quem estava em volta, mas sim para quem estava do outro lado da tela." "A invasão de Brasília não foi apenas televisionada. Ela foi seguida, curtida, compartilhada, retuitada e sobretudo monetizada" Justiça age e acertaAffonso considera que a AGU (Advocacia Geral da União) agiu de maneira acertada após o vandalismo de domingo (8). A AGU pediu que o STF ordene que as plataformas de mídia e redes sociais identifiquem e removam vídeos que incentivem a invasão e depredação de prédios públicos. Solicitou também que esses conteúdos não sejam monetizados. "A desinformação, assim como o golpismo, é um negócio. O que não falta nas redes são contas que vivem de postar conteúdos a favor de intervenção militar e que atacam a integridade das eleições". A grande dificuldade, segundo o colunista, está na definição de quais conteúdos deveriam ser atingidos pela medida. Em regra, a remoção deveria mirar endereços e links específicos, sob risco de nunca se saber quando efetivamente uma decisão foi ou não bem cumprida. Uma terceira medida solicitada pela AGU foi a guarda de dados de geolocalização que permita a identificação dos celulares de quem estava na Praça dos Três Poderes e no Quartel-General do Distrito Federal. Outro acerto, segundo Affonso. Debate é mundialEste ano será marcado por essa discussão. A Suprema Corte dos Estados Unidos vai decidir um caso em que se procura responsabilizar o YouTube pela radicalização de pessoas que se juntaram ao Estado Islâmico para cometer atentados com vítimas fatais. Essa conta não é simples, já que inúmeros fatores levam alguém a realizar atos de violência. De toda forma, é importante que o debate aconteça e que, no que diz respeito ao presente, os responsáveis pelas invasões e depredações em Brasília sejam identificados e punidos. "Se radicalização gera engajamento, que o seu combate possa também ser curtido e compartilhado". ******** CONFIRA TAMBÉM UOL CARROS DO FUTURO Toda quarta-feira, a newsletter UOL Carros do Futuro traz tendências e debates sobre as novas tecnologias da indústria automobilística. Na última semana o tema principal foi o novo asfalto que começa a chegar nas ruas brasileiras em 2023. Quer se cadastrar e receber o boletim semanal? Clique aqui. |
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