Quem acompanha Tilt está seguindo os capítulos de uma novela que ainda está longe do fim. E, não, não estamos falando de Pantanal, mas da compra do Twitter pelo bilionário Elon Musk. Após a desistência do empresário em adquirir a rede social, a primeira audiência na Justiça foi realizada no Tribunal de Chancelaria de Delaware, nos Estados Unidos. O Twitter quer forçar Musk a honrar o acordo ou que ele pague uma multa — estimada em US$ 1 bilhão — pela desistência. O colunista Carlos Affonso traçou quais devem ser os próximos passos dessa história. Só para lembrar: Musk anunciou a intenção de compra da empresa pelo valor de US$ 44 bilhões. 1. Juíza linha dura e julgamento em agosto O pequeno estado de Delaware possui tribunais acostumados a lidar com disputas empresariais. A juíza que preside o caso, Kathleen McCormick, tem experiência com isso. Segundo Affonso, o histórico da magistrada não favorece Elon Musk, já que a juíza tende a ser linha dura com compradores que resolvem desistir de acordos sem um motivo justo. Na primeira audiência o que estava em jogo era a data do julgamento. O Twitter estava de olho em um processo rápido, que pudesse ser decidido em setembro. O bilionário, por sua vez, queria empurrar o julgamento para 2023, alegando a necessidade de ampla produção de provas. A empresa argumentou na audiência que o julgamento não poderia tardar porque o comportamento de Musk colocaria em risco o valor da empresa a cada dia, lançando suspeitas sobre questões como o número de contas falsas e de spam. Ao mesmo tempo, o empresário alegou que precisaria preparar vários depoimentos e produzir provas complexas sobre essa questão. Após analisar o caso, a juíza concordou com os argumentos do Twitter e marcou o julgamento para outubro. Ele deve acontecer ao longo de cinco dias e certamente vai receber muita atenção dentro e fora das redes. 2. Chance de acordo é pequena Mesmo com uma batalha na Justiça, nada impede que as partes formalizem um acordo e decidam por um reajuste de valor ou o pagamento de uma compensação, mas tudo indica até agora que o processo seguirá adiante rumo ao julgamento em outubro. Até lá, a empresa perde com a manutenção das atenções sobre o caso porque isso dá visibilidade à questão das contas automatizadas e sua real extensão. Do lado de Elon Musk, as repercussões do caso são predominante negativas. Fica a impressão de que o bilionário entrou em um negócio vultuoso por mero impulso, sem realizar as devidas auditorias antes de apresentar sua proposta de compra. Pelo que se vê, ninguém vai sair ganhando ao final dessa novela. ******** CONFIRA TAMBÉM UOL CARROS DO FUTURO Toda quarta-feira, a newsletter UOL Carros do Futuro traz tendências e debates sobre as novas tecnologias da indústria automobilística. Nesta semana, o tema principal é o carro movido a energia solar, que ainda parece um sonho distante. Para se cadastrar e receber o boletim semanal, clique aqui. |
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