Olá, Na terça-feira (26), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou um indicador muito relevante, mas com o qual muitas pessoas não estão familiarizadas: o IPCA-15. Esse indicador funciona como uma prévia da inflação, uma vez que mede a inflação do período compreendido entre a segunda metade de um mês e a primeira metade do outro. No caso do IPCA-15 de julho, por exemplo, o período de referência foi de 16 de junho a 15 de julho. Nesse período, a inflação medida pelo indicador registrou alta de 0,13%, o que corresponde a uma forte desaceleração com relação à alta de 0,69% em junho. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 ficou em 11,39%, abaixo dos 12,04% no mês anterior. A inflação medida pelo IPCA, o índice oficial de preços do Brasil, avançou 0,67% em junho, o que indica uma forte correlação entre ambos os indicadores. Os índices de inflação são divididos em grupos, que podemos analisar individualmente para compreender melhor de onde estão vindo as pressões de alta ou de queda dos preços. Em julho, notou-se uma forte queda dos preços dos combustíveis, em virtude das medidas implementadas pelo governo visando a redução da carga tributária incidente sobre esses produtos, além do corte no preço da gasolina comercializada pela Petrobras, propiciado pelo recuo do preço do barril de petróleo. Assim, o grupo "transportes" fechou o mês com uma deflação de 1,08%. Outro segmento que apresentou recuo dos preços foi "moradia", com queda de 0,78%. Por outro lado, os grupos "vestuário" e "alimentação e bebidas" tiveram altas de 1,39% e 1,16% no período. Levando em consideração que os preços das prateleiras dos supermercados e das lojas de shopping centers tendem a ser mais diretamente associados à alta da inflação, o consumidor deve ter a sensação de que os preços seguem subindo, apesar do resultado animador do índice geral. Além disso, essa quebra do IPCA-15 em grupos deixa evidente a situação complicada para o varejo, que tem enfrentado mais dificuldade do que a maioria dos setores da economia para repassar integralmente a alta dos preços para o consumidor final. É importante destacar ainda que o bom resultado do indicador neste mês se deve em grande parte a medidas pontuais de redução dos preços dos combustíveis, ou seja, a perspectiva é de que a inflação volte a acelerar no próximo mês. Dessa forma, o Banco Central (BC) deve anunciar ainda mais uma elevação dos juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre em 2 e 3 de agosto. As apostas giram em torno de uma alta de 0,5 ponto percentual, o que elevaria a Selic para 13,75% ao ano. Caso a inflação não dê novos sinais de forte alta a partir de setembro, essa pode ser a última subida dos juros do ciclo iniciado em março de 2021. Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes UOL, que possuem acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre o resultado da rede de fast food McDonald's no segundo trimestre deste ano. Um abraço, Rafael Bevilacqua Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante ********** NA NEWSLETTER A COMPANHIA Nesta semana, a newsletter A Companhia mostra por que a ação da BB Seguridade é uma opção para quem quer dividendos pingando na sua conta. Saiba o que especialistas dizem sobre a situação da companhia, suas vantagens e desvantagens. Para se cadastrar e receber a newsletter semanal, clique aqui. Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para duvidasparceiro@uol.com.br. |
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