Olá, nas últimas semanas, parece que analistas de mercado, jornalistas que cobrem economia, executivos de grandes empresas e investidores só falam em uma coisa: a tal da recessão. A cada movimento de queda brusca das principais Bolsas de Valores do planeta, a culpa tem recaído quase sempre sobre o risco de uma recessão de proporções globais. Mas, afinal, o que é uma recessão? O presente momento parece apropriado para abordar o assunto, uma vez que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) acaba de elevar sua taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, para o patamar entre 2,25% e 2,50% ao ano - movimento que tem tudo a ver com o tema da recessão. Desde 1974, de modo geral, o termo recessão tem sido definido como dois trimestres consecutivos de queda do PIB (Produto Interno Bruto) - um conceito que soa bastante simples, chancelado em 2009 por um relatório divulgado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), intitulado "O Que É Uma Recessão?". A mais recente recessão pela qual os Estados Unidos passaram ocorreu durante o início da pandemia, quando a economia encolheu durante o primeiro e o segundo trimestres de 2020. Contudo, passado o momento mais crítico da crise sanitária, os EUA conseguiram retomar o crescimento econômico, entrando em uma sequência de seis trimestres de aumento do PIB, interrompida apenas no primeiro trimestre deste ano, quando a economia norte-americana encolheu 1,6%. O que tem provocado essa desaceleração da atividade na maior economia do planeta é uma crise inflacionária causada pelas políticas econômicas implementadas durante a pandemia. Com o objetivo de manter a economia aquecida mesmo durante o período de isolamento social, os EUA anunciaram cortes nos juros, aumentaram a liquidez dos mercados e implementaram programas sociais generosos. Como resultado dessas políticas, a inflação disparou nos EUA, acumulando alta de 9,1% nos últimos 12 meses encerrados em junho deste ano, o maior nível nos últimos 41 anos. Em resposta à alta generalizada dos preços e à situação insustentável do balanço trilionário do Fed, as autoridades monetárias dos EUA se viram forçadas a retroceder: os juros voltaram a subir - em ritmo cada vez mais acelerado - e os estímulos adotados anteriormente tiveram que sair de cena. Quando os juros sobem e os estímulos diminuem, o efeito colateral é uma desaceleração da atividade econômica, uma vez que se torna mais caro pegar empréstimos, financiar bens e conseguir crédito para investir em um negócio. Dessa forma, tanto pessoas quanto empresas passam a consumir e investir menos, fazendo com que o PIB cresça menos, ou até mesmo encolha. Nesse cenário, o desempenho de diversas empresas tende a ser mais fraco, uma vez que a demanda por seus produtos tende a diminuir, assim como sua capacidade de investimento. De forma simplificada, é por isso que os investidores temem tanto uma recessão. Leia no 'Investigando o Mercado' (exclusivo para assinantes UOL, que possuem acesso integral ao conteúdo de UOL Investimentos): informações sobre o resultado do segundo trimestre da varejista Carrefour Brasil, dona também da marca Atacadão e que recentemente adquiriu o Grupo BIG. Um abraço, Rafael Bevilacqua Estrategista-chefe e sócio-fundador da Levante ********** NA NEWSLETTER CARTEIRA RECOMENDADA Nesta semana, a newsletter Carteira Recomendada mostra como viver de renda com dividendos, que são uma forma usada pelos fundos imobiliários, empresas e outros ativos para remunerar seus acionistas, além da valorização desses investimentos. Para se cadastrar e receber a newsletter semanal, clique aqui. Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para duvidasparceiro@uol.com.br. |
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