Quando ainda era líder do Centrão, Arthur Lira levou dez partidos políticos para dentro do governo Bolsonaro. Como agradecimento, o Centrão recebeu duas dezenas de cargos cobiçados. Em fevereiro deste ano, o deputado foi eleito presidente da Câmara com o apoio do Planalto e, em julho, seu partido, o PP, ganhou o mais poderoso ministério do governo, a Casa Civil. Mas, segundo a colunista Thaís Oyama, o amor entre Lira, o Centrão e Bolsonaro parece estar dando sinais de desgaste. Ontem (21), Arthur Lira aproveitou uma entrevista à Folha para dar o pontapé inicial à sua campanha para a reeleição à presidência da Câmara e também para passar ao seu eleitorado alguns recados. Entre eles, o de que nem é tão bolsonarista assim. Perguntado se a continuidade da sua aliança com o governo poderia prejudicar seu projeto de reeleger-se, foi direto e reto: "A vida do presidente Bolsonaro é uma. A minha vida é outra". Lira compôs a base de apoio dos três últimos governos —além do de Bolsonaro, também o da petista Dilma Rousseff e do emedebista Michel Temer. Como nada é melhor do que estar no governo numa eleição, principalmente quando se é detentor da chave de um cofre forrado de emendas secretas, nada indica que Lira deixará o barco de Bolsonaro enquanto ele for presidente. O que não quer dizer que as prioridades dos dois devam coincidir. Como pessoa física, Lira pretende cuidar da sua reeleição. Como integrante do PP, ficará satisfeito se seu partido mantiver uma proximidade apenas regulamentar com Bolsonaro. "A vida do presidente é uma, a de Lira, é outra, e chega de vídeos gravados juntinhos. A partir de agora, vale a lei de murici: cada um cuida de si. E se é para posar para foto, que seja uma selfie", escreveu Oyama. Na newsletter Olhar Apurado de hoje, trazemos uma curadoria com os pontos de vista dos colunistas do UOL, que acompanham de todos os ângulos a repercussão do noticiário.
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