A provável filiação de Bolsonaro ao PL de Valdemar Costa Neto, com a perspectiva de acomodar o PP de Ciro Nogueira na posição de vice de sua futura chapa presidencial é uma costura semelhante à tecelagem feita por Lula para compor a dobradinha PT-PMDB. Uma parceria que levou ao Planalto a dupla Dilma e Temer. A análise é do colunista Josias de Souza. Após conversar com Bolsonaro, Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão por corrupção e lavagem de dinheiro, divulgou pelo WhatsApp um áudio no qual expõe o desdobramento legislativo da parceria do seu PL com o PP. Coisa muito parecida com a negociação que aproximou Lula de Temer em 2010. Articula-se um rodízio na presidência da Câmara. "Temos que nos entender, para que todos sejam atendidos", disse Valdemar na mensagem de WhatsApp. Vingando o acerto, Arthur Lira, coronel do PP, seria reeleito para um segundo mandato como presidente da Câmara em 2013. Depois, o comando da Casa seria exercido por um deputado do PL. "E depois de nós", profetizou Valdemar, "vai vir o PRB", sigla que identifica o Republicanos, partido da igreja Universal, que Bolsonaro deseja incorporar à caravana de 2022. O modelo do rodízio foi adotado também no primeiro mandato de Dilma. No primeiro biênio, presidiu a Câmara Marco Maia, do PT. No segundo biênio, Henrique Eduardo Alves, do MDB. No segundo mandato de Dilma, o PT manteve a Temer na vice, mas desdenhou do rodízio na Câmara. O MDB prevaleceu com Eduardo Cunha. Deu no que deu. Na newsletter Olhar Apurado de hoje, trazemos uma curadoria com os pontos de vista dos colunistas do UOL, que acompanham de todos os ângulos a repercussão do noticiário.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário