Grandes vencedores do segundo turno das eleições municipais, Bruno Covas (PSDB) e Eduardo Paes (DEM) terão menos recursos para investimentos e mais para pagamentos de dívidas em São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. A análise dos resultados das eleições 2020 e dos desafios que os eleitos irão enfrentar em seus mandatos são destaques na cobertura do UOL hoje. Reportagem de Vinicius Konchinski mostra que Covas, reeleito com 59% dos votos, e Paes, eleito com 64%, começam os mandatos, no ano que vem, com as contas das duas maiores cidades do país em deterioração. A arrecadação de impostos municipais em São Paulo está em queda, por causa da pandemia do novo coronavírus. O projeto de orçamento enviado pelo próprio prefeito reeleito à Câmara de Vereadores já prevê uma redução de 2,1% nas receitas da Prefeitura em 2021 em comparação com 2020. Apesar disso, o gasto com pagamento de dívidas e servidores crescerá —apenas com gasto com juros e amortização de dívidas, os gastos devem crescer mais de 24%, ou seja, um aumento de R$ 928 milhões na comparação deste ano com o ano que vem. Covas terá R$ 3,2 bilhões a menos para aplicar em novos projetos e obras em seu primeiro ano de novo mandato. A proposta de orçamento para o ano que vem indica que a maior cidade brasileira deve perder 40% de sua capacidade de investimento. No Rio, a queda nos investimentos deve chegar a 42,4%. Paes iniciará seu terceiro mandato à frente da capital fluminense com R$ 526 milhões a menos disponíveis para obras ou outros projetos. Isso sem contar a inflação. Na comparação entre as leis orçamentárias de 2020 e de 2021, a previsão de gasto anual com pessoal aumentou 11,7%. Já o gasto com dívidas deve ser R$ 23 milhões maior, o que representa um crescimento de 1,3%. Já a arrecadação municipal da capital fluminense deve ser 5,8% maior em 2021. Mas o próprio prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), derrotado nas urnas, informou à Câmara Municipal que a estimativa envolve um "alto grau de incerteza" também devido à pandemia. O mesmo cenário deve ser visto em outras prefeituras. O presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Glademir Aroldi, disse que a pandemia derrubou a atividade econômica e, por consequência, a arrecadação caiu em praticamente todas as cidades. Nenhuma geração de gestores públicos enfrentou as dificuldades que estamos enfrentando em 2020. E o pior é que isso não vai acabar agora." Ineditismos e curiosidadesEm todo o país, as eleições municipais de 2020 foram marcadas por ineditismos e curiosidades. Enquanto no Recife João Campos (PSB), o prefeito mais jovem de uma capital, fazia seu discurso de posse, em Goiânia o candidato eleito nem sequer tomava conhecimento do resultado das urnas —Maguito Vilela (MDB) está internado em decorrência da covid-19. Reportagem de Fernando Cymbaluk reúne os fatos que marcaram o pleito. Houve recordes de abstenções e de viradas de resultados entre o primeiro e o segundo turno. E também foi a eleição em que o PT, pela primeira vez desde a redemocratização, não elegeu nenhum prefeito de capital. Ao longo do dia, você poderá conferir novas reportagens, entrevistas e análises na página inicial do UOL e em todos os nossos canais.
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