Uma reportagem exibida pela Globo na segunda-feira (31) mostrou que funcionários da Prefeitura do Rio têm agido de forma coordenada para atrapalhar o trabalho de repórteresda Globo.
Os servidores agem gritando palavras ofensivas durante entrevistas ou coagindo os entrevistados da emissora. As ações são combinadas e discutidas em três grupos de WhatsApp, um dos quais chamado "Guardiões do Crivella".
Após a publicação da reportagem, a Prefeitura não negou a existência dos grupos. Mas o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) disse que a função dos servidores diante dos hospitais é esclarecer a população contra informações supostamente falsas difundidas pela Globo.
"No dia 6 de janeiro de 2020, entreguei ao presidente Bolsonaro uma denúncia de gravíssimos fatos praticados no fim do ano passado pelas Organizações Globo, que atuam como verdadeiro partido político de oposição, que disseminavam falsamente o caos na saúde", disse o prefeito.
É interessante observar que Crivella, no cargo desde 2017, intensificou a partir de 2019 a estratégia de tratar a Globo como "inimiga" do seu governo. O período coincide com o do primeiro ano do mandato do presidente Bolsonaro (sem partido), que também vê a emissora carioca desta forma.
Ao longo de 2019, foram vários os ataques de Crivella à Globo. Em abril do ano passado, o prefeito acusou a emissora de "ser contra o Rio". Meses depois, em setembro, Crivella aproveitou uma reportagem mal-feita do telejornal "RJ 1" para acusar a emissora de "farsa". Em resposta, a Globo mostrou que o prefeito deturpou intencionalmente um vídeo para atacar a emissora.
Em dezembro, Crivella impediu a entrada no Palácio da Cidade de jornalistas do Grupo Globo em evento que anunciou socorro de R$ 152 milhões à saúde do município "Atitude autoritária e antidemocrática", classificou a emissora, com razão.
Em busca da reeleição, o prefeito do Rio talvez acredite que eleger a Globo como "inimiga" pode render votos. A ver em novembro. |
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