Os carros elétricos vão protagonizar os maiores saltos de desenvolvimento tecnológico por um bom tempo. Os desafios que a engenharia acaba tendo que lidar durante esse processo são os mais variados possíveis, uma vez que o "mar" de novidades a ser desbravado é bem vasto. E talvez o maior deles seja a autonomia das baterias. Entretanto, pela primeira vez, um carro de produção quebrou a barreira dos 1000 km sem precisar de recarga. A chinesa Geely (dona de grandes marcas como a Volvo e a Lotus) lança o Zeekr 001s EV. Ainda que tenha produção limitada a 1000 unidades, o modelo marca o início da aplicação da tecnologia que, futuramente, fará com que ainda mais carros sejam capazes de cruzar longuíssimas distâncias antes de qualquer recarga. No caso do Zeekr, especificamente, 1032 km, segundo a Geely. Além dessa conquista da eficiência, o que chama atenção no modelo é o pacote de tecnologias embarcadas. Entre os principais equipamentos, destacam-se a sua grande tela central de 14,7 polegadas, complementada por um cluster de medidor digital de 8,8 polegadas, bem como uma tela menor de 5,7 polegadas para os ocupantes traseiros. Por que autonomia é o principal desafioSérgio Habib, engenheiro eletrônico e representante da JAC Motors no Brasil, comenta que o maior desafio da indústria automotiva para os carros elétricos é justamente o dilema das baterias. Segundo ele, a busca é sempre constante pelo aumento da densidade energética das baterias (que é a capacidade de armazenamento de energia, em função do volume delas). Quem se destaca na "corrida" pelo aumento da densidade energética, que geram baterias mais capazes sem que haja aumento do seu tamanho, geralmente consegue criar o elétrico mais eficiente. "Uma alternativa à densidade energética das baterias é o aumento do tamanho delas. Quanto maiores, mais tendem a proporcionar ganhos de autonomia, além de viabilizar a utilização de motores mais potentes", afirma Sergio Habib durante coletiva de apresentação do EJ7. Mas há um porém, ainda conforme o empresário: "entretanto, isso acaba aumentando o peso total do carro, algo que é diretamente desfavorável tanto para o desempenho do carro, quanto para o seu consumo energético. Dependendo do caso, uma bateria muito grande pode acabar comprometendo a sua própria autonomia. As fabricantes tentam enxergar, para cada aplicação, qual é o tamanho que mais se aproxima do ponto de equilíbrio". Outro ensinamento sobre as baterias e a capacidade de armazenamento de energia nos foi dado em outra ocasião, pelo Ricardo Takahira, engenheiro da SAE (Sociedade de Engenheiros Automotivos) que também é especialista na segurança das tecnologias automotivas e do desenvolvimento dos carros eletrificados. "Além do domínio da tecnologia em si, outro desafio dos engenheiros quanto ao desenvolvimento de células com maior capacidade de armazenamento de energia é a questão da estabilidade energética dentro da bateria. Baterias instáveis tendem a causar superaquecimento, e até incêndios. E aumento da densidade energética tende a "esbarrar" nessa questão da estabilidade. Por isso a importância do estudo de materiais alternativos para aprimorar a composição das baterias", diz o engenheiro. Ainda que as marcas vendedoras de carros elétricos no Brasil digam que os principais compradores desses veículos têm mais de um carro (e que, por isso, o elétrico acaba sendo mais utilizado nas cidades), ainda há um grande temor quanto à autonomia, em especial na hora de cair na estrada. Mesmo que a expansão da rede de carregadores já esteja ocorrendo, e com incentivos importantes de algumas empresas, o nosso país tem estradas muito longas e vazias. Além disso, não são todos os estabelecimentos que conseguem garantir a integridade dos equipamentos de carga rápida. 5 carros elétricos com a maior autonomia do Brasil - BMW iX xDrive50: 630 km
- As 3 versões do Porsche Taycan: 626 km
- Audi RS e-tron GT e Audi e-tron Sportback: 472 km
- Jaguar I-Pace: 470 km
- Volvo C40: 444 km
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