Olá, investidor. As bolsas internacionais operavam perto da estabilidade na manhã desta sexta-feira (12), com um tom ligeiramente positivo na Ásia e um pouco mais negativo na Europa, porém sem grandes tendências definidas. A agenda do dia traz poucos dados econômicos relevantes, com exceção da produção industrial na zona do euro. Ao término de uma semana agitada com dados de inflação em diversos países, os agentes de mercado estão digerindo os números divulgados e quais são as perspectivas daqui em diante. Não se pode negar que tivemos uma temporada de resultados bastante forte na Europa e nos Estados Unidos, com muitas empresas superando o consenso e registrando lucros crescentes; e que as pressões inflacionárias, ao menos no curto prazo, pressionam os bancos centrais a rever a política monetária. Ainda é difícil cravar como essas variáveis caminharão a partir de agora. Durante as teleconferências de resultados, muitas empresas alegaram pressões em margens operacionais devido aos custos mais elevados de produção e despesas para contratação de mão de obra, o que pode prejudicar os balanços nos próximos meses. Simultaneamente, uma "resolução" de cadeias logísticas poderia aliviar os gargalos e, consequentemente, os preços. O impacto da inflação no consumo das famílias americanas também deve ser acompanhado de perto, visto que com a maior parte da renda empregada no consumo de bens vitais sobra menos recursos para outros bens e serviços, num impacto que pode desacelerar a economia dos EUA. Os próximos meses serão vitais para entender o efeito da inflação no crescimento dos EUA e os próximos passos dos bancos centrais globais. E por aqui, o que esperar? Estamos vendo no Brasil uma recuperação da Bolsa de Valores, mesmo após números piores de inflação, vendas no varejo e aprovação da PEC dos Precatórios. Por quê? Bom, é difícil afirmar com certeza o que provoca essa dinâmica atual. Porém vamos tentar. Há duas explicações. A aprovação da PEC, como venho comentando por aqui, clareia o caminho e permite que os investidores realizem contas mais precisas sobre os impactos das alterações fiscais. Com isso, os agentes podem ter concluído que os ativos foram penalizados demais. Em segundo lugar, as vendas no varejo em queda mostram que a inflação corrente e a alta de juros começam a "bater na atividade". Uma economia em desaceleração indica que poderemos ver menor pressão inflacionária daqui para frente, indicando que o aperto monetário do Banco Central tende a ser menor. O fato é que o cenário continua bastante complexo e com algumas incertezas. Uma das mais relevantes é: a PEC será aprovada no Senado? De todo modo, no momento, após uma forte correção no mercado que se arrasta desde meados de julho, vivemos um instante de respiro. No 'Investigando o Mercado' de hoje (exclusivo para assinantes do UOL): resultados trimestrais do Magalu e da Lojas Renner. Abraços, Felipe Bevilacqua Analista de Investimentos de Levante CNPI - Analista certificado pela Apimec Gestor CGA - Gestor de Fundos certificado pela Anbima Administrador de Recursos e Gestor autorizado pela CVM Queremos ouvir vocêTem alguma dúvida ou sugestão sobre investimentos? Mande sua pergunta para uoleconomiafinancas@uol.com.br.
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