O presidente Jair Bolsonaro conseguiu desorientar o Enem, que é o principal instrumento de acesso de milhões de estudantes à universidade pública. A opinião é do colunista Chico Alves. O atual governo já tinha cometido diversos erros em relação à prova, nas gestões dos ex-ministros da Educação Vélez Rodriguez e Abraham Weintraub, que renderam dificuldades na inscrição, erro na correção das provas e obstáculos no acesso aos resultados. A edição deste ano, nas mãos do ministro Milton Ribeiro, teve a intervenção ideológica no trabalho técnico da equipe de preparação do Enem. O caso virou escândalo, com o pedido de demissão de 37 servidores do Inep. "A esculhambação é generalizada. Vai desde a quebra do rigoroso sigilo que sempre foi a marca do Enem (um policial federal teve acesso indevido à sala onde o conteúdo da prova fica guardado) até a tentativa descarada de maquiar a história, com Bolsonaro sugerindo que nas provas o Golpe Militar de 1964 seja tratado como 'revolução'", escreveu Alves. Tudo isso acontece a três dias da primeira prova, com estudantes acrescentando altos níveis de tensão a um período de preparação em que tiveram que lidar com a suspensão de aulas por causa da pandemia e com a incompetência do Ministério da Educação, que não garantiu recursos para as aulas remotas. Falsificação histórica, censura, mentiras, assédio moral, quebra de sigilo, incompetência: essa é a cara do Enem no governo Bolsonaro" Chico Alves Na newsletter Olhar Apurado de hoje, trazemos uma curadoria com os pontos de vista dos colunistas do UOL, que acompanham de todos os ângulos a repercussão do noticiário.
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