Será que existem outros planetas habitáveis além da Terra? Com certeza, você já deve ter feito ou ouvido essa pergunta em algum momento. Pois nos próximos dez anos, esse tipo de estudo será um dos focos dos cientistas americanos. Segundo Thiago Gonçalves, colunista de Tilt, a Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina norte-americana anunciou o Levantamento Decenal para Astronomia e Astrofísica. Trata-se de um plano ambicioso, feito a cada 10 anos, a partir de uma chamada aberta de propostas com participação de toda a comunidade de pesquisadores em astronomia no país. O objetivo principal é traçar os caminhos da pesquisa astronômica para a próxima década, unindo os interesses dos cientistas, os avanços tecnológicos alcançados e o planejamento financeiro das agências públicas. O relatório apontou três tópicos de pesquisa prioritários para a próxima década. E um dos focos é, justamente, a descoberta de mundos habitáveis além do Sistema Solar. Além disso, os cientistas também vão focar na investigação das origens de galáxias e grandes estruturas no universo desde o Big Bang e nos avanços recentes nas descobertas sobre o que chamamos de "eventos transientes" —ou seja, sinais astrofísicos que variam em um curto espaço de tempo, como supernovas e explosões de raios gama. O que mais impressiona no processo é a visão de longo prazo, com participação ativa de toda a comunidade de cientistas dos EUA. Primeiro, porque foram avaliados mais de 500 documentos de todas as diferentes áreas de astronomia, e o relatório é uma compilação dessa pluralidade de ideias escritas pelos próprios cientistas. Além disso, os agentes públicos participam ativamente do processo. A agência espacial americana Nasa e a Fundação Nacional da Ciência, os principais órgãos de financiamento de pesquisas em astronomia no país, também participaram determinando valores plausíveis de verbas para a década. Dessa forma, o relatório não é apenas uma lista de desejos, mas sim um plano bem orquestrado de uma agenda científica. Não apenas nos próximos dez anos, mas pensando até 2040 e além. Claro que, infelizmente, não há nada parecido no Brasil e o planejamento científico por aqui depende desse ou daquele governo. Quem sabe no futuro a gente não se dê conta que ciência não se faz em 4 anos, mas sim em 40?
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