quinta-feira, 18 de novembro de 2021

E se não precisássemos fugir da rotina?

"Nos disseram que essa é a ordem natural das coisas: trabalhar para poder tirar férias e tirar férias para conseguir retomar o trabalho. Viver 11 meses de insatisfação, reclamando da rotina maçante, e fugir durante um mês, se tivermos sorte.

Na nossa sociedade, o tempo livre é visto como nada mais que uma oportunidade de restaurar nossa capacidade produtiva e de aumentar nosso consumo. Mas será que precisa ser assim?

'Um número crescente de pessoas começa a se dar conta de que o sistema atual é inadequado. As carências que sentimos na vida cotidiana não podem ser compensadas com alguns breves momentos de liberdade, de lazer criativo, de felicidade e de livre arbítrio durante a folga nas férias', afirmava o pesquisador Jost Krippendorf, autor do livro Sociologia do Turismo, já em 1984.

Nosso cotidiano tem sido cada vez mais desumanizado em muitos aspectos: nos cobramos para performar como máquinas e naturalizamos desigualdades, esquecendo que condições de vida dignas e uma relação saudável com o descanso e a contemplação deveriam ser direitos de todas as pessoas.

E enquanto as viagens continuarem sendo vistas como um produto consumido para preencher vazios, acredito que será difícil aproveitarmos todo seu potencial positivo e evitarmos seus efeitos negativos.

Como diz o líder indígena e pensador Ailton Krenak no livro Ideias para adiar o fim do mundo, 'Nosso tempo é especialista em criar ausências: do sentido de viver em sociedade, do próprio sentido da experiência da vida. Isso gera uma intolerância muito grande com relação a quem ainda é capaz de experimentar o prazer de estar vivo, de dançar, de cantar. (...) O tipo de humanidade zumbi que estamos sendo convocados a integrar não tolera tanto prazer, tanta fruição de vida'.

Será que conseguimos reescrever as narrativas mecanicistas e opressoras que norteiam nossas vidas cotidianas e também nossas viagens? O que podemos mudar, não só em nós e no nosso dia a dia particular, mas também no nosso entorno, para que todas as pessoas tenham condições de vida dignas e agradáveis e a possibilidade de escolher viajar?"

Esse é um trecho do meu livro Guia de viagens pra dentro e pra fora, que fala sobre como viajar mais e melhor, mas também sobre as viagens internas que podemos fazer enquanto estamos em casa e sobre a importância de olharmos sempre pra o coletivo, tanto nas viagens quanto no resto da vida.

Como já contei por aqui, o livro tá em pré-venda por financiamento coletivo. :) Já chegamos em 80% da meta (urrul!!), mas precisamos alcançar 100% pra garantir a impressão dos exemplares. Se você for lá em https://benfeitoria.com/guiadeviagens e escolher uma recompensa, vai apoiar meu trabalho e fazer parte desse sonho. Muito obrigada! <3



O que tem rolado por aqui

Conversei sobre o livro em duas lives muito legais no Instagram: nessa aqui com o pessoal do 360 Meridianos, blog que tem um clube de leitura focado em viagens, falamos mais sobre o processo de escrita e edição; nessa outra com Luana, autora do livro Pode ser melhor, falamos sobre como nossas experiências pelo mundo nos ajudaram a olhar pra dentro. :)

E vem mais por aí: neste domingo estreia uma entrevista comigo no ótimo podcast Viajar pra Quê sobre por que não dominar o mundo: falamos de turismo consciente, viajar como ato político, questionamos alguns estereótipos sobre viagens... O papo foi massa, espero que curtam!

Nesta segunda (22) às 20h vou fazer uma live no Instagram com Carol do Projeto ViraVolta, uma grande inspiração. Ela dá workshops sobre como tirar um sabático e compartilha lá no Insta ótimos questionamentos enquanto viaja de motorhome pela Europa com o marido Alexis e a filha Amélie (uma fofinha!).  

No meu perfil do Instagram, tou publicando uma série de posts no feed sobre 10 das viagens mais transformadoras que já fiz. Já falei do intercâmbio em Sevilha, da vivência hospedada numa comunidade indígena na Amazônia, da travessia do Vale do Pati e do ano mais feliz da minha vida, em Valladolid. E há alguns dias, compartilhei meu roteiro ideal pra um final de semana turístico-afetivo no Recife. <3


Abri minhas janelas e vi

Amei a terceira temporada da série Sex Education e mais ainda a minissérie Maid, que é baseada numa autobiografia e aborda temas como abuso psicológico, vícios e trabalho precarizado. Também achei muito interessante como ela mostra a importância de ter uma rede de apoio além da família nuclear e de contar com o amparo do Estado, e o quanto a burocracia pode atrapalhar. Tá na Netflix e pode provocar gatilhos.

Amei também o livro Instruções para montar mapas, cidades e quebra-cabeças, da mineira Flávia Peret. Ele reúne fragmentos de observações perspicazes da autora durante o período em que estudou e trabalhou em Buenos Aires, indo muito além da superfície turística da cidade. Ela aborda temas duros de um jeito objetivo e leve, bem gostosinho. Li de uma sentada (ou melhor, deitada na rede) e recomendo muito. Também vale ler essa matéria sobre ele no Quatro cinco um.

Soube do livro de Flávia no meu primeiro encontro do grupo "Escreve, mulher", organizado pela xará Luísa Benevides, que conheci em outra oficina de escrita (looping bom, esse!). Ela promove reuniões virtuais mensais pra mulheres que gostam de escrever ou querem adotar esse hábito, e já tou apaixonada pela curadoria de textos e pela sensibilidade das colegas. Mulheres juntas se apoiando, inspirando e incentivando é um negócio poderoso demais!


Que não te falte cor, coração <3

Tou fazendo um curso de desenho bem legal, "Desbloqueando a mente para desenhar", numa livraria aqui no Recife. Que gostoso voltar a aprender e interagir com as pessoas (devidamente mascaradas) presencialmente!

Voltei a me empolgar com desenho e pintura, hobby que tinha deixado de lado nos últimos tempos, atropelada pelas mil demandas do livro. E finalmente comecei a usar meu novo "ateliê", um espaço que separei em casa pra brincar de arte. :)



Me animei tanto que já quero comprar o novo curso de Sarah van Dongen, ilustradora holandesa que eu adoro e que me fez descobrir as delícias da guache e mixed media nesse outro curso.

Ah, esses cursos são da plataforma Domestika, e já contei que sou afiliada deles e tenho cupom de desconto, né? O atual é LUISAFSANTOS-10PROMO, que vale até 16/12. E além desses 10% off, tão rolando duas promos massa até segunda-feira (22/11): tem o Pack Black Friday, em que você combina 5 cursos por R$ 119, e essa uma seleção de cursos por R$ 35 e R$ 45. Além de ilustração, tem de outras áreas como escrita, marketing e arquitetura. 

Boas viagens pra dentro e pra fora,

Luísa

 
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Este e-mail foi escrito com carinho por Luísa Ferreira.
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